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do Paraná Portal, com informações da CBN Curitiba
Em uma cerimônia rápida na tarde desta terça-feira (20) o vereador Wilson Roberto David Mota (PSD), presidente da Câmara Municipal, assumiu o comando da prefeitura do Araucária. A posse acontece após a prisão preventiva e afastamento do atual prefeito Rui Alves de Souza (PTC), em operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Rui Alves foi eleito como vice-prefeito de Olizandro Ferreira (PMDB) e assumiu a prefeitura em julho após ele renunciar por razões médicas. Ele foi detido ontem, na Operação Fim de Feira, suspeito de ter usado a situação financeira do município para justificar a cobrança de propina de empresários.
Rui Alves e outros servidores municipais são investigados pelos crimes de concussão, lavagem de dinheiro e associação criminosa. O Ministério Público afirma que o grupo cobrava dinheiro de empresas contratadas pela prefeitura em troca de vantagens na negociação de contratos e pagamentos. As empresas que entrassem no esquema teriam “preferência” ao serem pagas pela prefeitura. “O município, através do prefeito, secretário, afirmava dificuldade para pagar as dívidas que tinham com os empresários e aí, aproveitando-se dessa dificuldade, real ou imaginária, já se aventava a hipótese de ‘pular a fila’ para pagamento, favorecendo aqueles que dessem um retorno ao grupo do prefeito”, explica.
O coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, fala que a negociação de propinas se intensificou após a derrota do político nas eleições de outubro. “Temos indicação que começou antes de o prefeito assumir e se tornou mais forte essa tensão de pegar dinheiro como propina a partir do momento em que o prefeito perdeu a reeleição”, afirma.
As investigações ainda estão em andamento. Por enquanto, o Gaeco não conseguiu identificar quantas empresas fizeram parte das irregularidades e quanto dinheiro foi movimentado.
A prisão preventiva de Rui Alves foi determinada pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Além dele, foi preso o ex-secretário de Finanças, Fábio Antonio da Rocha. Também foi emitido o mandado de prisão de um terceiro suspeito. O homem não era funcionário do município, mas agiria como um “sub-prefeito” na negociação das vantagens indevidas. O suspeito continua foragido. Ao pedir a prisão preventiva do prefeito de Araucária, a justiça também determinou o afastamento dele do cargo.