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O Globo
O presidente Michel Temer afirmou nesta terça-feira que as dificuldades que o país está enfrentado o motivam a trabalhar. Durante o anúncio da liberação de R$ 700 milhões para o Mediotec, um programa similar ao Pronatec, da ex-presidente Dilma Rousseff, o peemedebista disse que rebate “argumentos com documentos”, salientando que a aprovação do teto de gastos pelo Congresso não representou queda nos investimentos em educação.
— O país atravessa momentos difíceis, número infindável de desempregados, dificuldades de natureza política, mas essas dificuldades nos mobilizam e dão força para continuar, para fazer o que estamos fazendo, para fazer o país crescer — discursou Temer.
O presidente afirmou que a educação tem sido prioridade de seu governo, paralelamente ao ajuste fiscal e que, por isso, decidiu enfrentar descontentamentos e apresentar a MP do Ensino Médio.
— A reforma do ensino médio mobilizou o país. Até escolas ocupadas se verificaram. A discussão se deu com muita animação e mobilizou o país. Valeu a pena fazer desta maneira — afirmou.
Segundo Temer, seu governo está organizando as contas públicas e rejeitou as críticas de que cortou investimentos em educação e saúde:
— Certas coisas demandam repetição, que é a história que vamos reduzir verbas de educação e saúde. Ao argumento ofereço o documento que é o orçamento do ano que vem que já o fizemos com base no teto. E lá o que se verifica é um aumento da verba para educação e para a saúde.
Durante a cerimônia, o ministro da Educação, Mendonça Filho, anunciou a oferta de 82 mil vagas no programa Mediotec para o ano que vem. Pelos dados do MEC, em 2015 foram ofertadas 44 mil vagas e, neste ano, 9,1 mil:
— Os dados mostram claramente um crescimento que é o dobro de 2015 e quase dez vezes mais o que foi ofertado em 2016.
Direcionado aos jovens do Ensino Médio, Mendonça afirmou que o Mediotec tem alguns diferenciais do Pronatec, como dupla certificação e cursos ofertados com base na demanda do mercado de trabalho. O governo irá liberar imediatamente R$ 700 milhões para 18 estados e o Distrito Federal, que estão prontos para passarem a ofertar as vagas em janeiro de 2017.
Outros R$ 150 milhões serão repassados ao programa de fomento à implementação de escolas de tempo integral do ensino médio. Apenas 6% das escolas públicas no país têm hoje educação em tempo integral, sendo que até 2024, pelo Plano Nacional de Educação, 25% dos estudantes têm que estar em escolas com ensino integral.