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Vera Magalhães, Estadão
Depois do sucesso da liberação do saldo das contas inativas do FGTS, uma rara medida anunciada pelo presidente Michel Temer considerada positiva em pesquisas de opinião em poder do governo e do PMDB, vem aí mais uma série de medidas voltadas para “desafogar” a classe média enquanto a recuperação de fato da economia não vem.
Além da ampliação da renda que poderá ser atendida pelo Minha Casa Minha Vida, que será detalhada hoje por Temer, o governo prepara o anúncio de um alongamento das dívidas de quem contraiu empréstimo consignado e não está conseguindo pagar. Devem ser beneficiados não só aqueles que perderam o emprego, e o pacote valerá para bancos públicos e privados.

A avaliação da equipe econômica e da cozinha política do governo é de que, no tempo que resta ao peemedebista, não será possível entregar uma retomada da atividade econômica e do emprego significativas, nem obras e concessões de relevo. A conta é que resta pouco mais de um ano para Temer definir seu legado, porque a partir de abril o calendário eleitoral engolfará o governo. Até lá, tem de aprovar as reformas, que vão cobrar um preço em desgaste e popularidade. E sobreviver aos solavancos da Lava Jato.
Então, a ordem é apostar no micro, em todas as frentes. Assim como nas medidas para a classe média, na infraestrutura o governo vai reembalar pequenas concessões de rodovias e serviços que não necessitam de vultosos investimentos – uma vez que as grandes empreiteiras estão fora de combate pós-petrolão.