Em três meses como vereador, Eder Borges ganhou notoriedade pela agressividade na defesa de posições radicais da direita mais grotesca. Ele usu a tribuna para difamar a ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, executada em 14 de março de 2018. E fez pronunciamentos inflamados em defesa do deputado federal Daniel Silveira, preso por fazer apologia ao AI-5 e à ditadura militar.

Borges também é conhecido por defender um fracativo “tratamento precoce” para a covid-19. Negacionista, estimula aglomerações e comportamentos de risco pelo uso de medicamentos comprovadamente ineficazes contra o coronavírus.

Mas não foi por defender essas ideias que Eder Borges perdeu o mandato. Seu diploma foi cassado pelo TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) por falhas em prestação de contas. Por 5 votos a 1, o TRE considerou que o parlamentar não apresentou a prestação de contas da campanha anterior, em 2016, dentro do prazo estabelecido. Por isso, não poderia ser diplomado para a atual legislatura.

Eder Borges reconheceu a falha, mas culpou o advogado pela falta na prestação de contas. Afirmou que vai recorrer da decisão, pedindo um efeito suspensivo para evitar a perda do mandato na Câmara Municipal de Curitiba até que o TRE analise o recurso. “A Constituição Federal está em segundo plano no TRE-PR e pretendem tirar meu mandato no tapetão”, esbravejou, pelo Twitter. Com a decisão da corte, o PSD mantém a cadeira para o primeiro suplente, Mestre Pop. Mas o PSL quer anular os votos de Borges e se conseguir, Rodrigo Reis, filho da vereadora Julieta Reis (DEM), herda a vaga.