Ação investiga organização suspeita de fraudes a licitações

 

Agentes políticos, servidores públicos e empresários foram alvos, na manhã desta terça-feira (6), da Operação Pactum deflagrada pelo Ministério Público do Paraná, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Ao todo, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão nas cidades de Ponta Grossa, Palmeira, Lapa, Curitiba, Guaratuba e Balneário Camboriú (SC). Entre os locais, está o gabinete do vereador Celso Cieslak (PTB) na Câmara Municipal de Ponta Grossa.

operação gaeco
Foto: MP-PR

Foram apreendidos telefones celulares, documentos, veículos de luxo, obras de arte e dinheiro em espécie. Houve uma prisão em flagrante por porte irregular de arma de fogo de uso restrito.

As investigações apuram a existência de organização criminosa voltada à prática dos crimes de fraude a licitações, tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O núcleo do Gaeco em Ponta Grossa começou a apurar o caso em novembro de 2022, a partir de declarações do vereador, então relator de uma Comissão Parlamentar de Inquérito que investigava o sistema de saúde no município, noticiando que outro parlamentar lhe teria oferecido vantagem indevida para modificar pontos do relatório final da CPI, lançando ainda a suspeita da existência de um esquema de propina envolvendo licitações para a compra de livros por diversas prefeituras e câmaras municipais, inclusive nos estados de Santa Catarina e São Paulo.

No curso das investigações, confirmaram-se indícios de um esquema de propina e direcionamento de licitações nas áreas de shows e eventos, de contratação de empresas para projeto de recuperação tributária e de compra de livros.

As ordens de busca e apreensão foram expedidas pela 3ª Vara Criminal de Ponta Grossa, que também determinou o afastamento do mandato do vereador e o afastamento da função pública de um servidor municipal, ambos de Ponta Grossa, até o encerramento das investigações.