É inacreditável, mas é verdade; o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, coloca hoje na pauta do Conselho Nacional de Justiça uma proposta para, supostamente, melhorar a comunicação do Judiciário com a sociedade; entre as medidas, está a contratação de serviços de divulgação por meio de agências publicitárias e até a criação de uma rede nacional de rádio; proposta é típica de quem tem pretensões políticas e nunca é demais lembrar que ele tem até março para decidir se irá se candidatar à presidência da República; detalhe: Barbosa está prestes mandar para a cadeia um ex-presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), porque julgou – equivocadamente, diga-se de passagem – que ele se desviou recursos de divulgação contratados pelo Legislativo; Barbosa, no entanto, pode tudo e busca espaço para se promover ainda mais; leia o documento que será levado ao CNJ.
Nesta terça-feira, na última sessão do Conselho Nacional de Justiça em 2013, ou seja, no apagar das luzes desse exercício, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, colocará em pauta uma proposta inacreditável. Ele quer contratar agências de publicidade para divulgar as atividades do Poder Judiciário e até criar uma rede nacional de rádio. Como o próprio Barbosa é um potencial candidato à presidência da República e tem até março para decidir se concorre ou não na disputa de 2014, ele poderá ter recursos para se promover ainda mais – além do que já fez na condução da Ação Penal 470.
Como relator do chamado “mensalão”, Barbosa liderou a condenação de um ex-presidente da Câmara dos Deputados, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), em razão de um suposto peculato num contrato de publicidade da casa. Barbosa considerou como desvios valores que foram pagos por veículos como Globo, Abril e Folha de S. Paulo à agência de publicidade SMPB – uma prática normal do mercado publicitário por anúncios que, efetivamente, foram veiculados. Recentemente, João Paulo Cunha desafiou publicamente o presidente do STF a apontar onde houve o peculato (leia mais aqui).
A proposta de Joaquim Barbosa é surreal. O Poder Judiciário brasileiro busca recursos para divulgar, sem a fixação de um teto, suas atividades, numa iniciativa liderada pelo presidente do STF. Uma atitude típica de quem se comporta como político – e não como juiz.
0 Comentários