Brasília – Por 467 votos a favor, nenhum contra e uma abstenção, a Câmara dos Deputados cassou na noite desta quarta-feita, 12, o mandato do deputado Natan Donadon (Sem partido-RO) por quebra de decoro parlamentar na primeira sessão com votação aberta para processos disciplinares contra parlamentares. O agora ex-deputado está preso desde junho após condenação pelo Supremo Tribunal Federal a 13 anos e 4 meses por peculato e formação de quadrilha.
O único deputado ausente na sessão desta quarta foi o peemedebista Asdrubal Bentes, do Pará, já condenado em processo de 2011 pelo Supremo Tribunal Federal.
Donadon surpreendeu os colegas ao comparecer à sessão da noite de desta quarta. Ele chegou sem algemas, com a roupa branca do presídio e trocou por um terno, gravata e broche de deputado. Nesta segunda votação, ele desistiu de discursar e deixou o pronunciamento da defesa aos cuidados de seu advogado, Michel Saliba. Aos jornalistas, Donadon alegou que estava sendo injustiçado, que foi transformado em bode expiatório e que não poderia ser julgado mais uma vez pelos seus pares. Ele deixou o plenário antes do término da votação.
Durante a sessão, os líderes partidários se revezaram na tribuna defendendo sua cassação e alegando constrangimento da Casa em manter um “deputado presidiário” entre seus quadros. Hoje, as bancadas foram orientadas a votar pela perda do mandato de Donadon. Em agosto passado, Donadon conseguiu se livrar da cassação ao fazer um discurso que comoveu seus colegas. Na ocasião, a votação foi secreta.
Neste novo processo, ele era acusado de denegrir a imagem do Parlamento ao usar algemas em agosto passado e por ter votado na primeira sessão que o livrou da perda do mandato, o que não era permitido. Na votação secreta da ocasião, o resultado foi 233 votos a favor da cassação, quando eram necessários 257 votos. Dos votantes, 131 votaram contra a cassação e 41 se abstiveram. Donadon foi condenado a 13 anos, 4 meses e 10 dias por peculato e formação de quadrilha e cumpre pena na Papuda desde junho passado.