Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo

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O Hospital Evangélico de Curitiba fechou as portas nessa terça-feira (25) em decorrência dos atrasos dos repasses da prefeitura de Curitiba, segundo funcionários do local. Pronto-socorro e setor de atendimento via convênios de saúde também estão fechados. Não se trata de uma greve. Os funcionários estão trabalhando e os pacientes internados continuam recebendo atendimento, mas novos pacientes são impedidos de entrar e recebem a orientação de buscar outros hospitais.
Nem mesmo os pacientes de planos de saúde tem sido recebidos para atendimento. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, o setor de ambulatórios do Evangélico, que fica na Rua Dr. Carlos de Carvalho, funciona normalmente com o recebimento de pacientes para consultas.
De acordo com funcionários, a instituição está com o estoque de medicamentos e outros suprimentos esgotado, os equipamentos estão sem manutenção e não há sequer copos plásticos para tomar água. Não há previsão de retorno às atividades normais.
A assessoria de imprensa do Evangélico não confirmou o atraso dos repasses e informou que o fechamento se deve a um problema financeiro pontual que a diretoria está gerindo para que até amanhã (26) as atividades voltem à normalidade.
O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e Região (Sindesc) disse que ainda não foi comunicado sobre o fechamento do hospital. De acordo com a prefeitura de Curitiba, não houve nenhuma notificação oficial sobre o fechamento e uma equipe foi enviada ao local para averiguar a situação.
Pacientes barrados
Duas gestantes que precisavam de atendimento de urgência no hospital foram orientadas a procurar outro local para consulta. A jovem Emanuele Aparecida Dallastella, 18 anos, veio da Unidade de Saúde de Santa Felicidade orientada pelos médicos do local caso precisasse de um atendimento de emergência. Ao chegar no Hospital Evangélico, entretanto, foi orientada a buscar o Pronto Socorro do bairro Campo Comprido.
A jovem está grávida de quatro meses e foi em busca de atendimento por causa de contrações que começou a sentir nesta terça-feira. “Sempre fui atendida aqui, nunca passei por isso. Não sei o que eu tenho, mas estou com muita dor e não consigo ficar muito tempo em pé”, disse a gestante.
Grávida de oito meses, a recepcionista Rosineia Lara Santos, 37, está com gravidez de risco e foi orientada na maternidade Mater Dei, Centro de Curitiba, a buscar atendimento no Evangélico, mas não obteve consulta. A gestante precisava fazer uma cesariana. “Agora não sei o que fazer. Eu preciso fazer uma cesariana e me mandaram para o Pronto Socorro no Campo Comprido. O que vão poder fazer lá por mim?”, questionou.