A redução na mortalidade infantil para o menor índice da história de Curitiba, a quase triplicação no número de consultas de enfermagem e o aumento significativo na satisfação dos usuários de unidades básicas de saúde são três conquistas recentes da rede municipal de saúde da capital paranaense


De acordo com a Prefeitura Municipal de Curitiba, os avanços decorrem de um trabalho com foco no estabelecimento de uma política de saúde baseada na expansão e consolidação da Estratégia Saúde da Família na Atenção Primária e na valorização dos trabalhadores, com o encaminhamento de demandas prioritárias para as categorias que atuam na área.

Até às 22 horas
Nos últimos dois anos, Curitiba passou a contar com 11 unidades de saúde funcionando em horário estendido, até as 22 horas. A medida contribuiu para o aumento de acesso à Atenção Primária. No mesmo período, registrou-se um aumento de 164% no número de consultas de enfermagem realizadas na rede. Hoje, são feitos em média 150 mil atendimentos ao mês pelo corpo de enfermeiros, o que consequentemente facilita o acesso do usuário do SUS. O resgate do papel assistencial desses profissionais faz com que haja maior parceria com a ação dos médicos – muitas vezes o problema acaba sendo resolvido pelo próprio enfermeiro, como nas coletas de exame preventivo, curativos e outros atendimentos que ele é capacitado a realizar.

Menor índice da história
O índice de mortalidade infantil mais baixo da história de Curitiba, divulgado em janeiro, está ligado a esse cenário. A redução de 20% no número de óbitos de crianças com até um ano de idade entre 2012 e 2014 relaciona-se diretamente com a extinção da fila de gestantes que aguardavam consulta para avaliação de risco e com o aprimoramento do programa Mãe Curitibana. O pré-natal dos casos mais sensíveis também foi reforçado: entre janeiro e outubro deste ano, o índice que mede a relação entre consultas e gestantes de risco foi de 17,03 – 86% maior do que no mesmo período de 2013.

Reconhecimento
Ao longo de 2014, o número de elogios aos serviços e à infraestrutura das unidades de saúde cresceu 46% em relação ao ano anterior. Simultaneamente, as reclamações recuaram 7,4%. “Um avanço de quase 50% nos elogios em um ano é muito significativo e um fato que precisa ser celebrado. Ainda temos muitos desafios a vencer, mas é recompensador ver que o empenho das equipes de saúde  e os avanços de gestão implementados recentemente estão sendo reconhecidos pela população”, diz o secretário municipal de saúde, Adriano Massuda.

Melhoria nas UPAS
Nas unidades de pronto atendimento (UPAs) houve redução no tempo de permanência de pacientes psiquiátricos e daqueles que aguardavam leitos de UTI. Os resultados são fruto dos novos serviços de acolhimento 24 horas em Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e da aproximação com a rede de hospitais que atende o SUS na capital. Em 2014, as nove UPAs de Curitiba realizaram 1,4 milhão de atendimentos.

A contratação de novos médicos para as UPAs permitiu redução das horas extras executadas e a diminuição do tempo médio de espera para os casos de urgência e emergência, de 3 horas para 1h30min.

Valorização
Entre as ações voltadas para os recursos humanos da saúde, estão a incorporação de parcela de gratificações ao vencimento base do servidor, mudança vantajosa na medida em que os recursos incorporados passam a ser contabilizados na trajetória profissional e na aposentadoria do trabalhador; a jornada de 30 horas, que contempla hoje todos os cargos dos servidores típicos da saúde; o piso mínimo de R$ 1.100 para auxiliares de enfermagem e auxiliares de saúde bucal; e o reajuste de até 32% no vencimento base inicial das categorias que atuam na saúde.

Paralelamente, a gestão também atuou em diversas frentes para ampliar, fortalecer e consolidar a Estratégia de Saúde da Família como modelo de atenção. Desde janeiro de 2013, o número de equipes de Saúde da Família cresceu de 185 para 242. Se antes a elas restringiam-se aos bairros mais distantes, hoje já começam a ocupar a região central da cidade. Vale aqui ressaltar o índice de resolutividade das unidades que operam na Estratégia: nelas, o número de encaminhamentos de pacientes a especialistas é 35% mais baixo.