Francischini estava no cargo desde janeiro, o delegado da Polícia Federal Wagner Mesquita assume interinamente, pois o deputado quer retomar seu trabalho na Polícia Federal.


O Governo do Paraná anunciou, nesta sexta-feira (8), a troca do secretário de Segurança Pública – sai Fernando Francischini e entra Wagner Mesquita interinamente. A mudança ocorre em meio à crise envolvendo a Polícia Militar (PM) que entrou em confronto com os professores, deixando mais de 200 pessoas feridas em Curitiba. De acordo com o governo estadual, Franscischini pediu demissão.
Mesquita é delegado da Polícia Federal e atuava como coordenador da Área de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública. Francischini havia sido nomeado para o segundo mandato do governandor Beto Richa (PSDB), que começou em janeiro deste ano.
Na quinta (7), o comandante-geral da Polícia Militar do Paraná César Vinícius Kogut  entregou o cargo. O coronel Carlos Alberto Bührer Moreira, chefe do Estado Maior da PM, vai assumir as funções de Kogut interinamente.
O secretário de Educação do Paraná, Fernando Xavier, também pediu demissão, na quarta-feira (6). Ele foi substituído pela superintendente da pasta Ana Seres Trento Comim, professora há mais de 40 anos.
Policiais que faziam um cerco ao prédio da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) entram em confronto com manifestantes em Curitiba, durante protesto contra votação de projeto que promove mudanças na Previdência estadual (Foto: Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo)Policiais que faziam um cerco ao prédio da Assembleia Legislativa do Paraná entram em confronto com manifestantes em Curitiba, durante protesto contra votação de projeto que promove mudanças na Previdência estadual (Foto: Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo)
Carta de demissão
Na carta de exoneração, Francischini ressalta que houve avanços durante o tempo em que ficou à frente da pasta e que as áreas de Segurança Pública e de Administração Penitenciária estão no rumo certo.
"Finalizo, assumindo novamente e publicamente todas as minhas responsabilidades, na atuação policial nas últimas operações, apoiando o trabalho da tropa. No entanto, ressalto que mesmo com as reações adversas, continuo defendendo uma apuração rigorosa tanto da polícia quanto do Ministério Público para que ao final a verdade prevaleça", diz um trecho do documento.
*Confira no fim da matéria a carta na íntegra.
Confronto
O conflito aconteceu no dia 29 de abril quando os professores protestavam em frente à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) contra o projeto do governo estadual que mudava a forma de custear a ParanaPrevidência, o regime da Previdência Social dos servidores do estado. A greve da categoria foi motivada pela mesma razão.
Manifestantes e Tropa de Choque entraram em confronto (Foto: Giuliano Gomes/Agência PRPRESS)Manifestantes e Tropa de Choque entraram em confronto (Foto: Giuliano Gomes/Agência PRPRESS)
Em carta ao governador, na quarta-feira, o comandante-geral da PM, César Vinícius Kogut, relatou que Francischini participou do planejamento da operação realizada pela corporação, que culminou no confronto. 
Já Francischini havia convocado uma entrevista coletiva na segunda-feira (4) para falar sobre o confronto. Ele disse que a ação foi comandada pela PM e lamentou o ocorrido.
"Não tem justificativa. As imagens são terríveis. Nunca se imaginava que um confronto como esse terminasse de maneira tão lastimável, com as imagens que nós vimos. Nada justifica lesões, vítimas, de ambos os lados", disse.
Post na rede social
Flavia Francischini, esposa do agora ex-secretário de Segurança Públicou, postou um desabafo na sua página no Facebook nesta semana: “Um bom político trabalha e age por si só, não depende de homens sujos, covardes, que não honram as calças que vestem e precisam agir sempre em grupo, ou melhor quadrilha”.Post feito pela mulher de Fernando Francischini feito nesta semana no Facebook (Foto: Reprodução Facebook)