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Das 831 escolas ocupadas por estudantes até a última sexta-feira no Paraná, em 159 os alunos já saíram, informou a Secretaria de Educação do Paraná nesta quarta-feira (26). A informação não é confirmada pelo movimento Ocupa Paraná, que admite desocupações, mas não o número dado pelo governo. As ocupações começaram em 3 de outubro e têm por objetivo protestar contra a reforma do ensino médio proposta pelo governo federal por meio de medida provisória. As informações são da Gazeta do Povo.
A Procuradoria-Geral do Estado intensificou nos últimos dias os pedidos de reintegração de posse das instituições de ensino que estão sem aulas por causa das ocupações, muitos deles concedidos pela justiça – mas ainda não há um balanço oficial sobre isso. A maioria das desocupações, porém, foi realizada pela pressão de pais, professores e alunos contrários às ocupações ou em reação à morte de um estudante em uma ocupação no bairro de Santa Felicidade, em Curitiba. Até agora, não há registro oficial de violência nas desocupações.
“Nós, pais e filhos contrários às ocupações, estamos pedindo ajuda e nos sentimos sozinhos e desamparados. Onde está o direito das pessoas que não concordam com a ocupação e querem entrar na escola? Não estamos questionando aqui o direito desses estudantes de se manifestarem, mas sim como estão fazendo”, disse Sandra Valéria dos Santos Fialla, mãe de uma estudante no Colégio Estadual do Paraná. Ela e outros pais pediram ajuda a movimentos contrários à ocupação para mobilizar pais e estudantes. “O poder público faz muito pouco para nos ajudar”, completou.
A professora Eleusis Adam também tem acompanhado as negociações do movimento pró-desocupação com o governo e, segundo ela, a quantidade de pais contrários à mobilização estudantil é muito maior do que se imagina. “Nossa preocupação, infelizmente, ocorreu, que foi a morte de um aluno. Mas a grande maioria das pessoas quer que as aulas voltem. É uma pequena parcela de pais e estudantes a favor da ocupação”, comenta.
A enfermeira Alcione Albertoni, 53, acredita que o movimento é político e nem um pouco democrático. Mãe de uma aluna de 15 anos do Colégio Estadual do Paraná, ela relata que a decisão da ocupação na unidade foi tomada pelo grêmio estudantil, sem o aval dos mais de 5 mil alunos da escola. “Não houve conversa, diálogo. Quando a ocupação aconteceu, tinha aluno fazendo prova. Não puderam nem terminar”, diz.
Para ela, o saldo da ocupação no colégio da filha será uma lacuna em sua formação. “No ano passado, ela já não teve muita base para o Ensino Médio por conta da greve que tivemos. Nesse ano, precisou de aulas de reforço. Isso vai comprometer novamente a formação”, analisa a mãe, que estuda a possibilidade de tentar uma bolsa de estudos para a garota na rede particular.
Em todo o estado, pais, professores e alunos tentam convencer os estudantes da ocupação a protestar de outra forma. Em Curitiba, um dos locais de maior tensão é o Colégio Estadual Pedro Macedo, onde atuam fortemente movimentos desocupação, que tentaram entrar nesta terça-feira (25) no colégio, mas não conseguiram.