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Do UOL
Pela primeira vez, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato na primeira instância, estiveram “frente a frente”, nesta quarta-feira (30). E qualquer expectativa de embate se derreteu no pouco tempo de conversa e na cordialidade apresentada.
Moro comandou uma audiência, realizada em Curitiba, que contou com a participação de Lula. Foi por meio de videoconferência que o ex-presidente, que estava no prédio da Justiça Federal em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, pode responder aos questionamentos feitos a ele.

Lula chegou ao local cerca de 30 minutos antes do horário marcado para a audiência. Sua chegada foi tranquila e acompanhada por cerca de 20 militantes do PT. Eles ficaram em frente ao edifício até a saída do ex-presidente, quando entoaram gritos de ‘Fora, Temer’.
O “encontro” entre Moro e Lula foi rápido; durou menos de dez minutos. Durante esse tempo, Moro não fez nenhuma pergunta ao ex-presidente. Ele se limitou a informar a Lula, assim que começou a sessão, que “na condição de testemunha, tem o compromisso com a Justiça em dizer a verdade e responder as questões que lhe forem feitas”.
Acompanhado de dois advogados, Lula disse que tinha sido comunicado por sua defesa que não precisaria responder, mas afirmou: “faço questão de responder. O maior interessado na verdade sou eu”.
“A Justiça agradece”, retrucou Moro, que oscilou entre se dirigir a Lula como “senhor ex-presidente” e como “vossa excelência”. O juiz federal lembrou a ele que, como determina o Código Penal, não falar a verdade pode implicar em processo criminal.
Logo depois, Moro esclareceu que, como Lula responde a uma ação penal proposta pelo MPF (Ministério Público Federal), ele teria o direito de ficar em silêncio no caso de ser perguntado sobre algo que pudesse prejudicá-lo.
A “conversa” entre Moro e Lula transcorreu por cerca de um minuto e meio. Em seguida, o magistrado passou a palavra para a defesa do ex-deputado Eduardo Cunha e para o MPF, que fizeram algumas perguntas ao ex-presidente.
(foto: montagem)