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A Justiça Federal, em Curitiba, decidiu aceitar a denúncia criminal contra o ex-deputado federal André Vargas, o irmão dele, León Vargas, o empresário Marcelo Simões e a contadora Meire Pozza. Esta é a terceira vez que André e Leon Vargas viram réus no âmbito da Operação Lava Jato. Já Meire Pozza, que trabalhou na contabilidade das empresas do doleiro Alberto Youssef, vira ré pela primeira vez na operação. As informações são de Samuel Nunes e José Vianna no G1 PR e da RPC.
De acordo com o MPF, a empresa de Simões – especializada em sistemas de informática – foi contratada pela Caixa Econômica Federal (CEF), com contrato no valor de R$ 71 milhões, por meio de notas fiscais fictícias, elaboradas por empresas ligadas a Meire, para lavagem de dinheiro.
O provável, dizem os procuradores, é que o contrato com a CEF tenha sido feito por meio de fraude em licitação. A denúncia cita a ausência de justificativas e especificações necessárias à licitação nos documentos usados para a contratação dos serviços.
O crime foi praticado mediante corrupção de agentes da Caixa (ainda não identificados) e de Vargas, ainda segundo o MPF, “com o fim de ocultar e dissimular a natureza, origem, movimentação e propriedade dos valores provenientes dos crimes de corrupção”.
Na decisão em que aceitou a denúncia, o juiz federal Sérgio Moro disse que as provas apresentadas pelo MPF, apontam indícios suficientes para que o processo seja aberto.
Em relação a Meire Pozza, Moro lembrou que a ex-contadora de Youssef fez acordo de colaboração com a Justiça. “Não olvida ainda o Juízo que a acusada Meire Bomfim da Silva Poza, prestou relevante colaboração no início das investigações, mas isso não impede que seja denunciada, sem prejuízo da eventual concessão de benefícios legais ao final, quando do julgamento”, disse o magistrado.
O advogado Alexandre Loper, que defende Leon Vargas, afirmou que não há elementos para a imputação do crime de lavagem de dinheiro. Ele disse que espera a absolvição do cliente.
O G1 tenta contato com as defesas dos demais réus no processo.
André Vargas
Preso desde abril de 2015, em Curitiba, André Vargas foi o primeiro político condenado em um dos processos da Lava Jato na primeira instância. A pena determinada pelo juiz Sergio Moro foi de 14 anos e 4 meses de prisão, em regime inicialmente fechado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele também responde a outra ação penal, cujo andamento está parado em primeira instância desde janeiro deste ano.