A recente e cada vez maior movimentação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no sentido de lançar sua candidatura à presidência da República pode esbarrar em empecilhos legais e, posteriormente, na elevada rejeição à sua figura. Esta é a avaliação da consultoria Eurasia Group, que entende que Lula não tem reais chances de vencer o pleito em 2018. As informações são do Estadão.
Em relatório divulgado na quinta-feira, 9, a consultoria avalia as chances de Lula e apresenta as principais barreiras na disputa pelo Palácio do Planalto. A justificativa começa pelas dificuldades legais impostas ao ex-presidente, já que ele é investigado em cinco processos – três na Operação Lava Jato; um na Operação Janus; e um na Zelotes. A consultoria entende que é baixa a chance de Lula não ser condenado em um destes processos, o que o tornaria “ficha suja” e impediria sua eventual candidatura.

Caso as questões legais sejam superadas, entra em jogo a popularidade de Lula. Para a Eurasia, o ex-presidente é um “candidato regional com alcance limitado”. Ainda que Lula esteja liderando em pesquisas de intenção de voto, diz a consultoria, ele está bem posicionado neste momento porque seu nome é de fácil reconhecimento, além da sua ampla base de eleitores – que corresponderiam de 25% a 30% do eleitorado, segundo cálculos da empresa.
Outro ponto a se observar são os índices de rejeição, quesito em que o nome de Lula registra 66% de desaprovação, conforme levantamento do Instituto Ipsos. A Eurasia indica, entretanto, que possíveis concorrentes de Lula no pleito, como os tucanos Aécio Neves, Fernando Henrique Cardoso e Geraldo Alckmin também registram alto nível de rejeição: 74%, 66% e 64%, respectivamente. “Até mesmo Marina Silva é rejeitada por 57% dos entrevistados.”
Já numa eventual disputa de segundo turno, o desafio do ex-presidente seria conquistar o eleitorado de regiões em que sua rejeição é alta: Sudeste (71%), Sul (83%), Norte (68%) e Centro-Oeste (84%). O Nordeste é a única região em que a aprovação (62%) de Lula supera a rejeição (38%).
Para fechar a equação, a Eurasia lembra que, até o início da campanha presidencial em 2018, a imagem do ex-presidente pode continuar sendo desgastada por denúncias e investigações. As delações da Odebrecht são citadas pela consultoria como fator de risco à reputação.