A nova delação dos envolvidos na Operação Carne Fraca pode atingir diretamente lideranças do PMDB do Paraná, entre eles, o senador Roberto Requião e os deputados João Arruda, Osmar Serraglio e Sergio Souza. A defesa de Wesley Batista, dono da JBS, entregou à Procuradoria-Geral da República nesta semana o relato sobre esquema de pagamento de propina para fiscais do SIF (Sistema de Inspeção Federal). Com informações de Wálter Nunes na Folha de S. Paulo.
O SIF é um órgão vinculado ao Ministério da Agricultura e é responsável por assegurar a qualidade de produtos de origem animal. Ainda falta que os advogados do executivos entreguem aos procuradores a lista com os nomes dos fiscais que teriam recebido suborno e os documentos que comprovariam essas transações ilícitas.
O relato de Wesley Batista aponta um esquema de corrupção generalizada no SIF. O empresário diz que todas as empresas do ramo tinham que pagar propina aos funcionários do órgão. Os fatos narrados pelo empresário coincidem com o foco da Operação Carne Fraca que investiga corrupção no setor de produção de proteína animal.
Até o dia 3 de setembro serão entregues novos documentos e relatos dos outros três delatores que preparam anexos da delação premiada. Joesley Batista, irmão de Wesley, e Ricardo Saud, diretor do grupo, estão concentrados em detalhar as planilhas em que foram contabilizadas as propinas e as doações em caixa dois pagas a quase 2.000 políticos que defendiam interesses das empresas do grupo J&F.