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Desde o ano passado, a bancária aposentada Célia Marisa Ferreira Kluska parou de comprar presentes para dar em ocasiões especiais. Agora ela mesma faz os mimos, na máquina de costura, seguindo as técnicas aprendidas durante o curso do Liceu de Ofícios da Regional Cajuru, unidade da Fundação de Ação Social - FAS Trabalho que oferece cursos gratuitos de qualificação profissional.
“É uma economia que só vendo”, conta Célia, que também produz as peças do uniforme escolar do filho, de 9 anos, e fez todo o enxoval para o sobrinho-neto do marido. “Criança cresce que nem abóbora. Perde rápido ou estraga a roupa, como quem tem a idade do meu guri. Então, sai mais em conta fazer do que comprar toda hora”, resume.
Com planos para montar um atelier, ela também costura legging, camiseta e “até jaqueta”, conta, referindo-se ao maior grau de dificuldade para executar a peça. “Já tinha facilidade de copiar os modelos e, no Liceu, aprendi muito bem o básico da costura, inclusive molde. Mas ainda preciso me preparar melhor, aperfeiçoar a técnica antes de fazer disso um negócio”, argumenta.
Para realizar o projeto, já tem um sócio em vista: o marido, Osvaldir. Também bancário aposentado, ele fez o curso do Liceu de Ofícios com a mulher. 
Impasse e oportunidade
Menos de um ano antes de voltar a São Paulo, a então bancária desempregada Regiane de Lourdes Queiroz Almeida passou pela mesma turma de Costura do Liceu. Depois de cursar costura industrial promovido pelo Serviço Nacional da Indústria (Senai), em parceria com a FAS Trabalho, aquela foi sua primeira oportunidade de aprendizado na área mais próxima do que desejava, específica sobre retalhos e malhas.
“A costura me valeu muito porque, por causa da minha filha, que estudava apenas em meio período, eu precisava trabalhar em casa. Isso me ajudou muito. Mais que isso, graças à professora que tive, a Rose, me abriu portas que eu quero manter abertas”, diz, agradecida.
Depois de viver nove anos em Curitiba, Regiane tem planos. “Quero desenvolver uma linha de peças artesanais como toalhas, necessaires e estojos de canetas e lápis - penal, como vocês dizem aí em Curitiba - e vender pela internet. A princípio, vou dividir meu tempo entre a costura e o trabalho que faço hoje. Mas assim que também vier para São Paulo, meu marido trará as máquinas que já tenho e assim devo começar a cuidar disso”, conta.  No momento, Regiane trabalha na área administrativa de uma empresa de Mauá da Serra, perto da capital paulista.
Costura é uma das 11 modalidades de cursos oferecidos pelo Liceus de Ofícios. A iniciativa foi posta em prática há 26 anos na primeira gestão do prefeito Rafael Greca pela primeira-dama e então presidente da FAS, Margarita Sansone. Desde então, mais de 921. 579 pessoas passaram pelos cursos ofertados pelo programa.
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