Restando apenas duas semanas pra o fim do acordo firmado entre Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Ministério Público do Trabalho (MPT), trabalhadores ligados à Funpar (Fundação de Apoio da UFPR) entraram em greve nesta segunda-feira (11). A categoria teme demissões em massa no Hospital de Clínicas (HC) e pede a manutenção dos postos por parte da instituição e também da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Ao todo, são mais de 550 funcionários que podem perder o emprego. Um protesto foi realizado em frente ao HC nesta terça-feira (12) e reuniu dezenas de manifestantes.
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Os trabalhadores em questão são, desde 2002, alvos de questionamento por uma ação civil, uma vez que foram contratados com ausência de concurso público. Em 2014, o acordo estabeleceu um prazo de cinco anos para resolução do problema, prazo que se encerra no próximo dia 24 de novembro.
De acordo com a representante da Comissão de Negociação de Trabalhadores do HC, Carmem Luiz Moreira, alguns dos trabalhadores têm mais de 20 anos de registro e a demissão seria uma “falta de humanidade”, ainda mais quando consideramos a idade avançada de alguns deles. “Se o hospital é fundamental para o bem atendimento da população, ele também necessita do nosso trabalho para o funcionamento. É desumano demitir tantas pessoas que estão prestes a se aposentar de uma só vez”, disse.
Segundo o acordo firmado em 2014, a Funpar e a UFPR deveriam desligar, de forma gradativa, todos os funcionários da Funpar lotados no HC no prazo e garantir a eles o pagamento de todas as verbas rescisórias. O acordo também já previa os casos de pré-aposentadoria e dizia que esses servidores permanecem assegurados por mais três anos ao tempo de serviço necessário à aquisição do direito à aposentadoria.
Em nota enviada à Banda B no último dia 15 de outubro, o HC afirmou que as demissões estão ocorrendo conforme liberação de verba pelo Ministério da Educação.
“Havendo liberação financeira por parte do MEC, tanto a UFPR quanto a Funpar, de forma solidária, se responsabilizam pelo pagamento de todas as verbas rescisórias a que fizerem jus os empregados fundacionais lotados no Complexo Hospital de Clínicas da UFPR. O não cumprimento das obrigações pactuadas no acordo, em caso de “descumprimento responderá por multa pecuniária”, informou o hospital universitário.

Serviços prejudicados

Com as demissões, Carmem Luiz Moreira afirma que as atividades do HC ficariam prejudicadas. “O hospital já não suporta a demanda, principalmente do interior do estado, e esse número de pacientes vai afetar o funcionamento”, afirmou.
A Banda B procurou a assessoria do Hospital de Clínicas nesta terça-feira (12), que enviou nota apenas relatando sobre o funcionamento com a paralisação: “O Complexo Hospital de Clínicas informa que, apesar da paralisação de aproximadamente 100 trabalhadores, os serviços mantiveram suas atividades com os demais colaboradores”.

Na nota do dia 15, o HC garantiu que seus serviços não deverão ser afetados, visto que uma das condições para desligamento dos profissionais fundacionais foi as suas progressivas substituições por trabalhadores vinculados à Ebserh. Da Banda B