Não é simples equacionar a questão do pedágio no Paraná. Vejam só: um ponto que é tratado pelos deputados da Frente do Pedágio é o passivo deixado pelo contrato atual que se traduz em prejuízo para a população. Eles usam essa dívida como argumento contra a fórmula proposta para o novo pedágio, que inclui a outorga. Mas é preciso deixar claro que sobre esse passivo não há nada que se possa fazer além do que o governo já faz, que é cobrar na Justiça das concessionárias que estão em dívida.

O risco que o povo paranaense corre, caso os deputados da Frente do Pedágio insistam unicamente no critério da menor tarifa, é que o governo federal retire o projeto do Paraná, o que ele pode fazer a qualquer momento, dependendo unicamente de uma decisão própria. Nesse caso, ficaria como opção uma nova concessão com valor mais baixo, mas que só permitiria a manutenção das rodovias, sem a realização de nenhuma das obras consideradas fundamentais para que o sistema viário funcione segundo as exigências atuais.

Este é o principal dissenso entre os deputados estaduais da Frente do Pedágio e a proposta do Ministério da Infraestrutura. Para isso, o deputado Luiz Cláudio Romanelli, que é contra o sistema atual do pedágio e seu custo para o usuário, desde quando Requião era o governador, do qual foi líder. Aliás, Requião se elegeu governador prometendo “pedágio, ou desce ou acaba”, e nunca conseguiu cumprir sua palavra.

Outro deputado de Frente do Pedágio é Arilson Chiorato, que se dedica politicamente ao assunto desde a época em que foi assessor assessor parlamentar na Assembleia Legislativa; e depois do Senado Federal, a serviço do mandato de Gleisi Hoffmann.