“Vivemos uma situação surrealista. Hoje, tem gente sendo amarrada em camas e há uma mobilização internacional para nos enviar medicação para intubação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o Brasil é uma ameaça global e diversos países bloquearam a entrada de brasileiros”.
A crítica é do deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB), que cobra a responsabilização pelos equívocos no enfrentamento da Covid-19. “O nosso presidente classificou a pandemia como uma gripezinha que poderia ser tratada com cloroquina. Pazuello não entendia nem de saúde e nem de logística. Entramos no ano dois desta crise e é provável que tenha o ano três”, disse.
Os reflexos da má gestão federal e das escolhas erradas trarão reflexos sobre a economia, sustenta Romanelli. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) já declarou que o Brasil é uma ameaça global. Países do mundo inteiro estão nos bloqueando. Tudo por conta da forma irresponsável com que o tema foi tratado”, argumentou.
Para Romanelli, a pandemia não vai acabar tão cedo no Brasil. “A economia vai demorar a reagir e gerar empregos porque um iluminado não acreditava na vacina”, afirmou. “Os países que fizeram o que tinha que ser feito na hora certa sairão da pandemia mais cedo. Até julho muitos já vão retomar a normalidade”, avalia o deputado.
O deputado considera que a atuação de prefeitos e governadores evitou situações ainda mais críticas. “O que tem salvado a situação é a atuação dos prefeitos e governadores. Não fosse isso o Brasil estaria um caos”, afirmou, lembrando que a campanha de vacinação só acontece em razão da produção do Instituto Butantan. “Sem as doses do Butantan ninguém teria sido vacinado”.
Desaceleração – O deputado ressalta que os erros do governo estão custando caro ao País. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil é a única grande economia do mundo que está em desaceleração em 2021. Outro dado preocupante, vem do Banco Central (BC), que aponta para o aumento da inflação e redução das expectativas de crescimento.
Estudos do sistema bancário também projetam alta do desemprego até o final do primeiro semestre de 2021. A taxa nacional pode chegar próximo de 17%. “Tudo isso é reflexo de falta de gestão. Não temos políticas de contenção da pandemia e o resultado são mais de 360 mil mortes”, afirma Romanelli.
Para ele, os países com melhores perspectivas de crescimento da economia adotaram práticas bem-sucedidas no enfrentamento ao coronavírus. “Muitos países retomarão a vida normal no segundo semestre enquanto nós ainda ficaremos nos batendo em torno da vacinação”.
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