Vereadora Protetora Carol apoia acadêmicos de Foz que estão pesquisando a cura para leishmaniose

Grupo busca apoio para participar de evento promovido pelo MIT -Massachusetts Institute of Technology

Representantes do time de alunos da Unila e Unioeste, que está fazendo um experimento na área de biologia sintética em busca da cura para a leishmaniose visceral, procurou a vereadora Carol Dedonatti (PP), para apresentar o projeto e buscar apoio na divulgação do estudo.

A vereadora se comprometeu com a turma a ajudar na divulgação do projeto e busca por apoio financeiro para a inscrição do grupo numa competição no aclamado MIT -Massachusetts Institute of Technology. “Vivemos um surto de leishmaniose aqui em Foz. Essa iniciativa dos alunos é de fundamental importância e merece apoio de toda sociedade”, destacou a parlamentar.


Além da divulgação na imprensa, a vereadora está colocando os alunos em contato com autoridades que podem contribuir de alguma forma. Ontem, o grupo se reuniu com o presidente da Acifi, Faisal Ismail, que também se comprometeu a divulgar o projeto a empresários de Foz do Iguaçu e do Paraguai. A inscrição na competição custa US$ 8.500, por conta dos materiais, como células sintéticas que o MIT envia para o desenvolvimento da tarefa, e os alunos não têm condições de arcar com estes custos.


Para conseguir angariar o valor da inscrição, o time montou um plano de patrocínio. Cada investidor adquire uma cota e terá direito a divulgação em todos as fases da experiência. “A gente sabe que o valor é alto, principalmente em tempos de pandemia, mas é uma oportunidade única de desenvolvermos algo extremamente útil, não só para Foz do Iguaçu”, justificou a estudante Rosana Marcondes.


O time latino-americano é formado por nove estudantes da UNILA e por uma estudante da Unioeste – o SynFronteras – entrou no campo de pesquisa sobre biologia sintética para, entre outros objetivos, para atuar nos eixos de pesquisa e de conscientização da população acerca da temática. O SynFronteras – que conta com integrantes do Brasil, Paraguai, Peru, Argentina e Equador – foi criado tendo como meta participar da competição iGEM (International Genetically Engineered Machine), realizada pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology).


EVENTO - O evento, que este ano deve acontecer de forma virtual no segundo semestre de 2021, é o mais importante na área de biologia sintética e reúne times de universidades de todo o mundo, para apresentarem projetos que buscam novas soluções para questões importantes da sociedade. “Uma das formas de estudar a biologia sintética é se preparar para o iGEM. Fica mais fácil quando você tem um objetivo mais claro sobre o que você quer fazer”, aponta Maria Barmaimon, discente de Biotecnologia e atualmente responsável por arrecadar fundos para o projeto. Atualmente, o grupo busca patrocínio para conseguir inscrever-se no evento internacional.


Com base em pesquisas, o projeto do time tem sido construído há um ano. Denominada BioPank, a iniciativa traz uma referência afetiva a uma cadela adotada por membros do SynFronteras. “Havia pouco tempo, minha cachorrinha Paçoca (Pank) tinha morrido em decorrência de complicações da leishmaniose, e eu propus aos demais que procurássemos alguma solução para a doença. Após um período de intensas pesquisas, encontramos a técnica de paratransgênese e vimos que outro time brasileiro (da USP) já havia participado da competição (iGEM) utilizando essa técnica, porém para o combate à malária”, conta Giulio Braatz, estudante de Biotecnologia da UNILA e coordenador do Syn Fronteras.


Ele explica que a “paratransgênese é uma técnica de controle biológico que consiste em selecionar uma bactéria do intestino do vetor de uma doença (como o mosquito-palha, no caso da leishmaniose) e, em seguida, modificá-la geneticamente para que expresse uma molécula antiparasitária, com a finalidade de impedir que o parasita se desenvolva dentro do vetor”, esclarece. E a biologia sintética é um campo da ciência que consiste em redesenhar organismos para que eles adquiram novas funções. Nesse sentido, o BioPank baseia-se na criação de um organismo sintético que inviabilizaria a sobrevivência a Leishmania dentro do inseto transmissor, impedindo, assim, a transmissão da doença.


Além do uso da biologia sintética para controle biológico, os estudantes destacam as múltiplas possibilidades de aplicação dessa ciência de fronteira na resolução de problemáticas em áreas diversas do conhecimento. “A biologia sintética também levanta questionamentos do modelo atual de produção, do modelo de relação entre o humano e a natureza”, aponta Samuel Chagas, também estudante de Biotecnologia e integrante do SynFronteras. Ele cita como exemplo a possibilidade de, por meio da biologia sintética, produzir diferentes tipos de fibras naturais, degradar um agrotóxico, produzir alimento ou energia a partir de organismos geneticamente modificados.


Comunicação CMFI.