Segundo o Simepar, a ausência de precipitação causada pelo tempo seco será muito favorável para o forte aquecimento atmosférico, persistente por vários dias


Uma forte onda de calor promete máximas acima dos 40°C a partir desta semana no Sul do Brasil. Segundo o Instituto Metsul, o forte aquecimento deve intensificar a chance de incêndios ambientais em pelo menos quatro países da América do Sul. A condição é explicada por uma seca forte e prolongada que atinge Argentina, Uruguai, parte do Paraguai e o Rio Grande do Sul, no Brasil. Nestas mesmas regiões, atua uma massa de ar quente intensa com calor muito forte a extremo em que as máximas superam 40ºC. No Paraná, porém, o Instituto Meteorológico Simepar explica que a instabilidade atmosférica deve frear o avanço.

Onda de calor promete máximas acima de 40°C no Sul do país; chuvas devem frear avanço no Paraná
Foto: AEN

Segundo o Metsul, a condição é um exemplo clássico de extremo climático composto.

“São várias situações extremas que se dão de forma simultaneamente, agravando umas às outras. Os extremos compostos, referidos como extremos simultâneos, concorrentes ou coincidentes, podem levar a impactos maiores para a sociedade humana e o meio ambiente do que os extremos individuais isoladamente. Há ampla gama de eventos compostos que ocorrem em uma variedade de escalas espaciais e temporais. Alguns exemplos típicos de extremos combinados incluem seca associada a ondas de calor, inundações costeiras associadas a vento intenso, aumento do nível do mar por ciclones tropicais seguidos de ondas de calor, inundações que se seguem a ciclones extratropicais, etc”, explica o instituto.

Segundo o Simepar, a ausência de precipitação causada pelo tempo seco será muito favorável para o forte aquecimento atmosférico, persistente por vários dias.

Paraná

No Paraná, porém, a onda de calor não será tão intensa. Segundo o Simepar, diferentemente do Rio Grande do Sul, o estado paranaense vai continuar a registrar chuvas irregulares, justamente devido ao aquecimento atmosférico e disponibilidade de umidade no ar.

“Assim, como haverá a formação de nuvens, a cobertura de dessas nuvens e a eventual precipitação, típica de verão, impede o aquecimento mais pronunciado do tempo e, por isso, apesar da previsão de calor para todas as regiões paranaenses ao longo desse período, a onda de calor que vai atingir o Paraná não será tão severa quanto nos países vizinhos”, diz o Simepar.

No estado, as regiões que serão mais afetadas pelo calor persistente serão os setores que na última semana já registraram temperaturas elevadas, como o Oeste, o Sudoeste, o Norte e o Noroeste do Paraná. Entre 14 e 18, as regiões Sul, Campos Gerais, Central e Leste também vão registrar temperaturas altas, típicas do verão.

O Simepar, porém, lembra que mesmo que o Paraná não seja impactado diretamente pela forte onda de calor que está em intensificação nos países vizinhos, devem-se manter os cuidados recomendados pelos órgãos de saúde pública, como o uso de protetor solar, evitar exercícios físicos no período mais crítico do dia, entre 10 e 16h, além de fazer a ingestão de bastante líquido para evitar a desidratação.