O relatório que pede a cassação do mandato do vereador Renato Freitas (PT) foi aprovado após votação do Conselho de Ética da Câmara de Curitiba.
Por maioria, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou o parecer pela cassação do vereador Renato Freitas (PT). Com isso, uma votação em plenário vai decidir se o petista perderá o mandato.
O petista foi alvo de representações por quebra de decoro parlamentar ao invadir a Igreja Nossa Senhora do Rosário, que fica no Largo da Ordem, durante uma manifestação no dia 5 de fevereiro. O ato, realizado em um dos principais pontos turísticos de Curitiba, foi um protesto contra o racismo e xenofobia após o assassinato do congolês Moïse Kabagambe, no Rio de Janeiro.
Segundo o regimento do colegiado, o mandado seria cassado com cinco votos (maioria) favoráveis, o que se consolidou na votação que durou por toda a tarde.
Sidnei Toaldo (Patriota), Denian Couto (Podemos), Indiara Barbosa (Novo), Noemia Rocha (MDB) e Toninho da Farmácia (União Brasil) votaram pela cassação de Renato Freitas.
Já o presidente do Conselho de Ética, Dalton Borba (PDT), votou pela suspensão de seis meses do mandato petista enquanto a vereadora Maria Letícia (PV) votou pelo arquivamento do relatório.
A vereadora apontou que a Câmara "manchou" a imagem com a decisão de aprovar o relatório. Borba não quis se pronunciar da decisão.
QUEM VOTOU NA CASSAÇÃO DO VEREADOR RENATO FREITAS
Votaram sete dos nove vereadores que são membros do Conselho de Ética.
O vereador Pastor Marciano Alves (Republicanos), que integra o Conselho, participa de uma das representações contra o petista. O suplente do Pastor é Osias Moraes (Republicamos), também é coautor do relatório. Ou seja, ambos são impedidos de julgar o caso.
O vereador Éder Borges (PP) também é titular do Conselho de Ética da CMC e assinou uma das representações. O suplente dele, vereador Márcio Barros (PSD), poderia votar, mas pediu afastamento do colegiado há duas semanas atrás. Barros teve áudios vazados em que antecipava o voto pela cassação de Renato Freitas e pedia pressão sobre uma das vereadoras.
Confira o voto de cada parlamentar:
- Dalton Borba (PDT), presidente do Conselho de Ética, votou pela suspensão de 6 meses do mandato
- Sidnei Toaldo (Patriota), relator, votou pela cassação do mandato
- Maria Letícia (PV), vice-relatora, votou pelo arquivamento do relatório
- Denian Couto (Podemos) votou pela cassação
- Indiara Barbosa (Novo) votou pela cassação
- Noemia Rocha (MDB) votou pela cassação
- Toninho da Farmácia (União Brasil) votou pela cassação
RENATO FREITAS PEDIU O ARQUIVAMENTO DO PROCESSO APÓS VAZAMENTO DE ÁUDIOS
No dia 27 de abril, Renato Freitas chegou a pedir o arquivamento do processo ao Conselho de Ética, o que foi negado pela presidência do colegiado. O motivo foi o vazamento de áudios do Jornalista Márcio Barros (PSD), vereador e então membro do conselho.
No conteúdo, Barros dizia ter quatro votos favoráveis à cassação do petista, contando com o dele, e que deveria ser feito pressão na vereadora Noemia Rocha (MDB) para que ela votasse da mesma maneira.
Após a divulgação dos áudios, Márcio Barros deixou o Conselho de Ética da CMC após acusação de suspeição.
- VEJA TAMBÉM: Manifestação defende mandato de Freitas
VEREADOR RENATO FREITAS É ACUSADO DE INVADIR IGREJA EM CURITIBA
No dia 5 de fevereiro, o vereador Renato Freitas foi um dos líderes de uma manifestação pela morte do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, assassinado brutalmente no Rio de Janeiro.
O ato foi realizado no Largo da Ordem, no Centro de Curitiba. Contudo, alguns dos manifestantes entraram na Igreja Nossa Senhora do Rosário. Segundo o padre Luiz Haas, uma missa estava sendo celebrada no momento da ação, que foi classificada pelos religiosos como invasão e gerou revolta de grande parte dos vereadores de Curitiba.
Renato Freitas negou que estava à frente da manifestação e que a ação foi uma invasão. Segundo ele, a missa já estava encerrada e a Igreja estava aberta.
Em março, a Arquidiocese de Curitiba se posicionou contrária à cassação do mandato do petista.
Eleito com 5.097 votos em 2020, Renato Freitas nasceu em Sorocaba, interior de São Paulo, e é filiado ao PT.
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