A ré respondeu ao processo em liberdade e participou da sessão do júri de forma virtual

Ellen Homiak da Silva Federizzi, esposa do policial militar Rodrigo Federizzi, foi condenada a 24 anos, 6 meses e 29 dias de prisão em julgamento no Tribunal do Júri, nesta segunda-feira (11), em Curitiba. A mulher é acusado de matar e esquartejar o corpo do marido em julho de 2016.

A ré respondeu ao processo em liberdade e participou da sessão do júri de forma virtual, pois estaria sendo alvo de ameaças. Após a sentença, a juíza expediu um mandado de prisão preventiva contra Ellen. Ela teria se recusado a compartilhar sua localização.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

O advogado Reinaldo Vinícius Vieira, que representa a família de Rodrigo, explicou em entrevista à Banda B que a acusada descumpriu as medidas que garantiam que ela continuasse em liberdade.

 

“Nos surpreendeu bastante ela não participar presencialmente. Ela alega ter sido ameaçada, mas não tivemos notícia disse em nenhum momento do processo. Ela simplesmente esperou sexta-feira, quase 18h, para pedir ao advogado que protocolasse o pedido para ela comparecer apenas virtualmente. Eu não acredito [que existem ameaças]”, disse o advogado.

Reinaldo Vinícius Vieira, o advogado da família de Rodrigo Federizz (Foto: Eliandro Santana/Banda B)

Ellen foi condenada pelo homício do marido com as qualificadores de motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima, além do crime de ocultação de cadáver.

Decepcionante

O pai da vítima, Gentil Federizzi, afirmou ter sido decepcionante que ela não tenha comparecido ao julgamento.

Gentil Federizzi, pai de Rodrigo Federizz (Foto: Eliandro Santana/Banda B)

“Muito decepcionante ela não estar aqui. Eu queria todo mundo vendo ela saindo daqui em um camburão da polícia direto para uma penitenciária. Meu filho era um homem honrado, trabalhador e ele não merecia isso. Infelizmente ele não volta mais, mas a gente hoje tem uma sensação de justiça cumprida”, revelou o pai de Rodrigo.

Já a defesa de Ellen Federizzi, o advogado Cleyson Costa Landucci disse que irá recorrer da decisão por ter achado a pena muito alta.

“Buscamos uma decisão justa. Ela confessou o crime e irei recorrer para tentar tirar essas qualificadoras. Eu tentei demonstrar aos jurados os motivos dela para cometer o crime e a pena também foi muito alta”, concluiu o advogado.

Cleyson Costa Landucci, advogado da acusada (Foto: Eliandro Santana/Banda B)

Denúncia

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR), o policial foi morto com um tiro nas costas, após uma suposta discussão a respeito de gastos injustificados na administração das finanças do casal. O valor seria de R$ 46 mil.

Após a morte, buscando ocultar o crime, Ellen esquartejou o corpo da vítima, colocou parte dele em uma mala e outra em embalagens plásticas e seguiu de carro para uma localidade rural em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. Ali, enterrou a mala em um ponto e as demais partes em outro.

Ainda na denúncia, consta o fato de que a ré teria feito, meses antes do crime, uma falsa comunicação de sequestro e tentativa de estupro da Delegacia da Mulher.

O casal tem um filho, hoje com 15 anos, que teve a guarda devolvida a Ellen pela Justiça.

Com a Banda B