Quem intermediou o contato com os irmãos de Arruda foi o deputado federal Otoni de Paula, do MDB do Rio de Janeiro.



O presidente Jair Bolsonaro (PL) entrou na tarde desta terça-feira (12) em contato com a família do guarda municipal e tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda, morto durante a própria festa de aniversário de 50 anos, ao ser atingido por dois tiros na noite de sábado (9), pelo agente penal federal Jorge Guaranho.

Quem intermediou o contato com os irmãos de Arruda foi o deputado federal Otoni de Paula, do MDB do Rio de Janeiro. Em um vídeo divulgado nas redes sociais pelo jornalista Guilherme Amado, Bolsonaro sugere pela videochamada que a família participe na quinta-feira (14) de uma coletiva de imprensa para esclarecer os fatos em relação ao homicídio de Marcelo. 

Os irmãos de Marcelo não confirmam que farão isso e pedem que o caso não seja explorado de maneira política.

“A ideia é ter uma coletiva com a imprensa para vocês falarem a verdade, não é a esquerda ou a direita. A imprensa está tentando desgastar o meu governo”, disse o presidente para a família.

O homem que matou Marcelo Arruda não era convidado da festa que tinha decoração temática do ex-presidente Lula e Partido dos Trabalhadores (PT), partido pelo qual Marcelo foi candidato a vice-prefeito em 2020. Jorge Guaranho, de acordo com o Boletim de Ocorrência (BO) chegou em um carro com a esposa e o filho pequeno e teria gritado na entrada do salão "aqui é Bolsonaro". Uma discussão teve início, os anfitriões da festa pedem para Jorge se retirar. Imagens das câmeras mostram Marcelo atirando alguns objetos no carro e Jorge, mostrando estar armado, promete retornar. 

E retornou dez minutos depois, ainda com arma em punho. Mesmo a esposa de Marcelo, Pâmela, mostrando o distintivo da Polícia Civil que ela faz parte, não intimidou Jorge, que disparou contra Marcelo. Após o guarda municipal cair, Jorge tentou atirar pela segunda vez a queima-roupa, Pâmela intervém e empurra Jorge. Mesmo caído, Marcelo consegue acertar três tiros em Jorge, que ainda recebe chutes na cabeça de outros convidados. 

Marcelo foi enterrado na tarde de segunda-feira (11), no Cemitério do Jardim São Paulo e Jorge Guaranho foi transferido para o Hospital Costa Cavalcanti. Nesta terça, a Secretaria de Segurança do Paraná (SESP) repassou informações sobe o estado de saúde de Jorge, confira na nota abaixo.

"A Secretaria da Segurança Pública e a Polícia Civil do Paraná informam que o policial penal federal Jorge Jose da Rocha Guaranho se encontra sedado em assistência ventilatória mecânica, hemodinamicamente estável. Não há previsão de alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI)".

Mesmo internado, Guaranho teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e está sob custódia policial no hospital. A Polícia Civil investiga o caso e se a motivação do crime teria sido intolerância política.