Curitiba registrou em 2022 o menor número de adolescentes grávidas de sua série histórica, divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) desde 1998. Em 2022, 6% das gestantes da capital paranaense eram adolescentes (entre 10 e 19 anos), uma redução de 27,1% comparada a 2021, quando 6,6% das grávidas estavam nessa faixa etária.
O índice está abaixo da média nacional de 13,6% e estadual de 11,1%, segundo dados preliminares de 2021 disponibilizados no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos do Ministério da Saúde.
A redução do número de adolescentes grávidas é resultado das ações desenvolvidas pela Rede Mãe Curitibana Vale a Vida, da Prefeitura de Curitiba. O índice de 6% é comemorado pelas equipes de saúde na Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência (1º a 8 de fevereiro), instituída desde 2019 pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
Para a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella, a prevenção da gravidez na adolescência é uma das prioridades da gestão municipal e envolve ações multisetoriais.
“Todas as equipes das unidades de saúde têm um olhar atento para a população adolescente e estão preparadas para acolher e orientar, dando pleno acesso à informação qualificada e ao método contraceptivo que melhor atenda a cada pessoa”, explica a secretária.
Atividades preventivas com os adolescentes são desenvolvidas em parceria com entidades municipais como a Secretaria Municipal da Educação e a Fundação de Ação Social (FAS), como explica a coordenadora da área de Saúde Reprodutiva da SMS, Ângela Leite Mendes.
“Temos uma agenda de encontros com os profissionais dessas áreas e com os adolescentes para ouvir demandas, compartilhar experiências e ampliar o acesso dos jovens e suas famílias às diversas políticas públicas disponíveis", conta a coordenadora.
"A prevenção à gravidez na adolescência envolve muitos aspectos e é preciso estar disponível para tirar dúvidas e acolher esse público, valorizando suas particularidades e sua autoestima”, diz Ângela.
A experiência da adolescente Amanda (nome fictício), de 17 anos, atendida na Unidade de Saúde Caximba, é um bom exemplo de acolhimento. Aos 14 anos, a jovem foi levada pela mãe para uma consulta ginecológica por causa de ciclo menstrual irregular. Amanda passou a usar o anticoncepcional por recomendação médica e atualmente frequenta a unidade sozinha.
“Pego a cartela de medicamentos sempre e posso tirar as dúvidas com a equipe de saúde, não apenas sobre prevenção à gravidez, mas sobre diversos assuntos”, relata.
Segundo ela, a equipe dá apoio em tudo. “Eu gosto do atendimento e acho importante ter a possibilidade de escolher quando quero ser mãe; com certeza não quero que isso aconteça aos 17 anos, assim como aconteceu com várias amigas da minha idade”, finalizou.
O agendamento de consultas nas Unidades de Saúde pode ser feito pelo aplicativo Saúde Já ou diretamente na recepção da unidade.
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