O reforço estrutural para o prolongamento da vida útil do viaduto da João Miqueletto vai possibilitar a passagem contínua de tráfego leve nos dois sentidos, de carros e caminhonetes, com peso de até 2 toneladas.
O reforço estrutural para o prolongamento da vida útil do viaduto da João Miqueletto vai possibilitar a passagem contínua de tráfego leve nos dois sentidos, de carros e caminhonetes, com peso de até 2 toneladas.

O viaduto que liga as ruas João Miqueletto e Eduardo Pinto da Rocha sobre a linha férrea do Alto Boqueirão será reaberto à passagem de trânsito leve e contínuo. Obras de reforço estrutural permitirão a passagem de carros e caminhonetes, com no máximo duas toneladas de peso por veículo, até que a construção de uma nova estrutura seja feita ao lado do viaduto existente.

O processo para a contratação das obras de reforço estrutural está sendo feito pela Secretaria Municipal de Obras Públicas, em regime emergencial, com previsão de 8 semanas de execução após o início dos serviços.

Já o projeto do novo viaduto está em desenvolvimento pela equipe técnica do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc). Com a construção futura do novo viaduto com capacidade para o trânsito pesado, a estrutura antiga será incorporada ao sistema viário como uma passarela de uso diverso para a comunidade.

A interrupção do viaduto ao tráfego foi uma medida adotada pela Prefeitura de Curitiba para salvar vidas e evitar tragédias, após um levantamento sobre as condições da estrutura ter apontado risco de queda por conta de anomalias causadas pela ação do tempo.

O viaduto tem cerca de 50 anos e foi projetado para suportar um tráfego muito inferior ao que estava recebendo, o que contribuiu para colapsar a estrutura. Para evitar o desabamento foram contratados projetos e executadas obras de escoramento e de reforço da estrutura, com a implantação de vigas metálicas para escorar o viaduto.

Escoramento

Duas estruturas com 25 toneladas de aço, entre perfis e cantoneiras, foram montadas sob cada um dos dois blocos de apoio dos pilares que dão sustentação ao viaduto.

As vigas implantadas reforçam os pilares existentes e garantem que a linha férrea que passa por baixo do viaduto, em área de domínio da Concessionária Rumo, continue a funcionar sem o perigo de paralisação do fluxo de cargas. Pelo local são escoados produtos como soja, milho, farelos, açúcar, fertilizantes, além de contêineres. Os serviços foram executados sob a coordenação da Smop.

O escoramento preveniu o desabamento, mas a movimentação de torção do viaduto, que estava muito acima do normal, no sentido longitudinal e no sentido de torção continuou acontecendo. Paralelamente aos serviços de escoramento foram feitos ensaios e encaminhados estudos de alternativas para o deslocamento seguro na região.

Etapas da intervenção

A partir do escoramento foi possível encontrar a solução estrutural com uma intervenção que será executada em etapas, segundo explica o engenheiro Hamilton Budal Arins, responsável pelo laudo que apontou o risco de colapso do viaduto comprometendo a segurança no local.

“A primeira medida no projeto foi a de reforçar as bases dos pilares, a ligação entre os pilares e os blocos existentes. Há um comprometimento muito grande com o deslocamento de 13 centímetros da base superior desse pilar. Uma vez reforçadas as bases dos pilares será possível consolidar a estrutura. A segunda etapa é soltar a junta entre as vigas longarinas e pilares de forma a permitir a movimentação, com a colocação de uma junta flexível de neoprene. Na terceira etapa vamos concretar uma nova laje de pista para dar rigidez à estrutura tanto no sentido transversal como longitudinal”, explica Arins.

Os encaminhamentos para o desenvolvimento de projetos e a contratação das intervenções no viaduto da João Miqueletto seguiram e ainda seguem ritos legais e processos burocráticos que envolvem licenças e aprovações, entre elas da concessionária Rumo, que responde pela área de domínio onde está o viaduto.

Qualquer ação do município que venha a interromper o tráfego de trens naquele trecho ferroviário implica em multas e outras medidas judiciais.

Tráfego leve

A partir da intervenção a limitação de circulação será de uma tonelada por eixo, considerando veículos de dois eixos, e o máximo de 2 toneladas por veículo para o tráfego contínuo de passagem nas duas faixas. A medida vai prolongar a vida do viaduto até que o novo seja construído. Também serão instalados semipórticos nas vias do entorno para viabilizar a futura liberação dos veículos.

Dois lances de barreiras de concreto tipo New Jersey (simples e dupla) serão implantados nas vias de acesso, nos dois sentidos, além de guard-rails sobre o viaduto a serem concretados junto com o reforço da base. A Setran elaborou projeto de sinalização básica do local.


PMC - SMCS