Secretários municipais da capital goiana visitaram a Pirâmide Solar de Curitiba. Curitiba, 23/06/2023. Foto: Hully Paiva/SMCS
Secretários municipais da capital goiana visitaram a Pirâmide Solar de Curitiba. Curitiba, 23/06/2023. Foto: Hully Paiva/SMCS

Pirâmide Solar de Curitiba, primeira usina solar instalada sobre um aterro sanitário na América Latina, está inspirando outras cidades a adotar o mesmo modelo para a produção de energias renováveis. A primeira réplica da Pirâmide Solar pode ser instalada em Goiânia (GO).

Nesta sexta-feira (23/6), secretários municipais da capital de Goiás visitaram a área do bairro Caximba onde estão os 8,6 mil painéis fotovoltaicos da maior usina solar curitibana, com o objetivo de levar a expertise da capital paranaense para implantação de um modelo similar no Centro-Oeste brasileiro.

O grupo goiano - formado pelo secretário municipal do Escritório de Prioridades Estratégicas, Everton Sérgio Schmaltz; o secretário municipal de Inovação, Ciência e Tecnologia, Paulo Cesar da Silva; e o diretor de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas do Escritório de Prioridades Estratégicas, Antônio Pereira Guimarães Junior - foi recebido no Parque Fotovoltaico da Caximba pelo assessor técnico da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA), Adilson Marin. Ele apresentou detalhes do projeto, desde a forma de financiamento à engenharia e logística da instalação da usina solar. 

"A Pirâmide Solar de Curitiba é uma referência de sustentabilidade para todo o país, pois deu nova vida a uma área de difícil manejo, um aterro, em uma proposta inovadora para a produção de energia renovável, com um ganho ambiental gigantesco e que queremos replicar", destacou o secretário goiano Everton Sérgio Schmaltz.

Inaugurada há menos de três meses pelo prefeito Rafael Greca, em 29 de março, aniversário de 330 anos de Curitiba, a Pirâmide Solar chamou a atenção do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, como uma solução de smart city (cidade inteligente) para promover a sustentabilidade na cidade.

Goiânia tem um aterro sanitário que não pode receber nenhum tipo de construção, mas que comportaria a estrutura dos módulos fotovoltaicos. “Nosso aterro, que está em parte já desativado, fica em uma área elevada na saída da cidade e tem habitações na região. Uma estrutura como esta é uma solução fantástica para dar vida nova a um lugar que por anos foi degradado”, disse o secretário de Inovação goiano, Paulo Cesar da Silva.

Smart City Expo Curitiba

O primeiro contato da Prefeitura de Goiânia com a Pirâmide Solar de Curitiba foi em março, durante a quarta edição do Smart City Expo Curitiba, quando Greca apresentou o projeto como exemplo de ação rumo à justiça climática e o prefeito goiano teve a oportunidade de visitar a usina fotovoltaica às vésperas de sua inauguração. 

Apoio técnico

O grupo goiano trouxe a Curitiba uma primeira redação de projeto para sua própria pirâmide solar para complementá-la com informações da experiência original, desenvolvida pela capital paranaense. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente da capital paranaense colocou-se à disposição para seguir compartilhando a expertise na condução do projeto.

"Para Curitiba é um grande orgulho poder orientar outras cidades a replicarem o projeto da Pirâmide Solar. Esse interesse só ressalta a relevância do que criamos aqui. Com a troca de informações entre os municípios, o Poder Público exerce sua parte no compromisso de humanidade em cuidar do planeta", disse o assessor técnico da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Adilson Marin. 

Família Folhas 

Ao serem informados que a Pirâmide Solar está recebendo visitas guiadas, o grupo goiano se interessou em conhecer outras propostas de conscientização ambiental da população.

Causou admiração o potencial de disseminação de informação da Família Folhas. “Nos interessa muito saber mais sobre este e outros projetos que ajudem Goiânia a se tornar uma cidade inteligente e sustentável”, disse o diretor de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas do Escritório de Prioridades Estratégicas, Antônio Pereira Guimarães Junior.

A Pirâmide Solar 

Instalada no bairro Caximba, que está recebendo a maior intervenção urbanística recente de Curitiba, a Pirâmide Solar de Curitiba é a primeira usina solar em aterro sanitário da América Latina. O projeto faz parte do programa Curitiba Mais Energia, uma das estratégias da cidade para combater e mitigar as mudanças climáticas, por meio da produção de energia renovável, o que também resulta em economia aos cofres públicos.

Trata-se de uma concepção do prefeito Rafael Greca que remonta a 2012 e foi implantada com recursos da Prefeitura de Curitiba.

Selecionado pela rede de cidades C40 e contemplado com recursos do Cities Finance Facility (CFF) do C40 para elaboração do projeto, segue as regras de Geração Distribuída da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Também é uma colaboração do grupo C40 de Grandes Cidades para a Liderança Climática e da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, que apoia cidades no desenvolvimento de projetos para reduzir as emissões de gases e frear o aumento da temperatura global.

O programa C40 financiou os estudos e projetos com recursos a fundo perdido do Ministério Federal Alemão para o Desenvolvimento Econômico e Cooperação (BMZ), pelo Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial do Reino Unido (BEIS) e pela da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).


Números da Pirâmide Solar de Curitiba

8,6 mil painéis
4,55 MWp de potência instalada
30% da energia dos prédios públicos do município
Mão de obra 100% local
R$ 2,6 milhões de economia anual para os cofres públicos com gastos com energia da Prefeitura de Curitiba

SMCS - PMC