Zoologico de Curitiba. Na imagem Muriqui fêmea e seu filhote, espécie de macaco considerado maior primata das Américas -  Curitiba, 30/10/2023 - Foto: Daniel Castellano / SMCS
Zoologico de Curitiba. Na imagem Muriqui fêmea e seu filhote, espécie de macaco considerado maior primata das Américas - Curitiba, 30/10/2023 - Foto: Daniel Castellano / SMCS

Quem for ao Zoológico de Curitiba nos próximos dias vai poder conhecer o novo morador do local. Mas será preciso olhar com bastante atenção para cima, no alto das grades e das árvores do recinto onde ficam os muriquis-do-sul (macacos mono-carvoeiros). Desde o dia 22 de setembro aumentou a família do casal de primatas Fernanda e Aguirre. Ainda sem nome, o pequeno muriqui (ainda não foi possível identificar se é macho ou fêmea) não desgruda do pelo da mãe Fernanda.

O nascimento do novo filhote comprova a vocação do Zoo de Curitiba como importante unidade de conservação da fauna. Os muriquis são uma das espécies mais ameaçadas de extinção. No mundo inteiro existem apenas 11 indivíduos da espécie em zoológicos. Destes, 7 estão em Curitiba (seis no Zoo, incluindo o novo filhote, e uma no Passeio Público).

Soltos na vida selvagem, a estimativa é que existam 1.200 muriquis do sul. “O muriqui do norte tem ainda menos espécies vivas no mundo”, contou Marcelo Bonat, chefe de Clínica do Zoológico de Curitiba e médico-veterinário. 

“Trabalhamos em prol da conservação da espécie. O Zoo de Curitiba é padrinho dos muriquis-do-sul. Aqui eles estão em um ambiente adequado e recebem alimentação adequada”, explicou Bonat.

Colo da mãe

Nestes primeiros dias de vida, o novo filhote de muriqui não desgruda do colo da mãe. “Por enquanto ele só se alimenta do leite materno, mas já está se movimentando bem e saudável”, completou o médico-veterinário. 

O filhote nasceu sem intervenção dos técnicos do Zoo. “Nós estávamos acompanhando a gestação e esperando o nascimento. Na vistoria pela manhã, a bióloga viu que o filhote tinha nascido. Ficamos todos muito felizes com o nascimento”, disse Marcelo Bonat. 

O novo filhote se juntou aos irmãos, todos nascidos no Zoo de Curitiba, Roger Federer (maio de 2016), Naomi (abril, 2020), Serena (dezembro, 2021) e David, que foi para o Zoo de Sorocaba (SP) participar de um programa de reprodução da espécie. 

Para encontrar o novo filhote, os visitantes do Zoo terão que olhar para a mãe, Fernanda. “Tem que olhar bem para o alto e procurar com atenção, o filhote é pequeno e a mãe Fernanda o protege bem”, definiu.

O Zoo de Curitiba mantém o projeto de Educação Ambiental e conservação dos muriquis-do-sul para ensinar as crianças sobre o trabalho que é feito na unidade.

Obras

A Prefeitura de Curitiba está executando obras que envolvem uma revitalização geral do Zoo e a criação de novos recintos, sete para felinos e um amplo para o casal de harpias. Os serviços também são de melhorias nas vias de acesso dos visitantes ao Zoo, as vias internas com implantação de asfalto, pinturas, lavagem de telas, melhorias nas calçadas e recuperação dos três banheiros públicos. 

Padrinho do muriqui

De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a perda de hábitat e a caça são fatores que contribuem para que a espécie seja classificada como ‘em perigo’ na escala de extinção.

Zoo de Curitiba é padrinho do Muriqui, nomeado em um encontro de educadores ambientais em Pomerode (SC), em setembro de 2019, promovido pela Associação dos Zoológicos e Aquários do Brasil (Azab). 

Como reconhecimento do trabalho, Curitiba também foi escolhida pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para abrigar a orfã Monaliza, uma filhote de mono-carvoeiro que veio encaminhada do Rio Grande do Sul no final de 2019. Ela segue sob os cuidados da equipe no setor técnico do Passeio Público.