O contrato emergencial foi assinado no dia 23 de novembro, a um custo de R$ 24 milhões
No dia em que uma nova empresa deveria iniciar o fornecimento de merenda para as escolas de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, grande parte dos alunos passou o dia sem alimentação. Nesta sexta-feira (1), pais procuraram a Banda B para denunciar os casos. Em pelo menos cinco instituições, as crianças chegaram a ser dispensadas no horário do almoço, mesmo com atividades programadas para o período integral.
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Uma familiar de aluno, que optou por não se identificar, destacou que diversas crianças dependem da merenda escolar como única forma de alimentação.
“São situações de miséria absoluta, então a falta desse alimento causa problemas muito graves. Os professores estão desesperados”, lamentou.
O contrato emergencial com a Objetiva Serviços Terceirizados Ltda foi assinado no dia 23 de novembro, a um custo de R$ 24 milhões.
Segundo o edital, empresa foi contratada para prestação do serviço de fornecimento de alimentação, “visando o preparo e a distribuição de alimentação balanceada e em condições higiênico – sanitárias adequadas, que atendam aos padrões nutricionais e dispositivos legais vigentes, aos alunos regularmente matriculados e demais beneficiários de programas/projetos dos Centros Municipais de Educação Infantil – CMEIs, Escolas Municipais, Escolas Especiais Municipais e Centros Municipais de Atendimento Especializado da Rede Municipal de Ensino de São José dos Pinhais, em até 105 (cento e cinco) dias letivos, por um período de vigência contratual de até 180 dias.”
A falta de merenda é acompanhada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São José dos Pinhais (Sinsep). Segundo a presidente Sâmia Leiza, todas as 105 unidades não receberam os alimentos dentro do prazo.
“Enquanto em algumas unidades, a alimentação não chegou até a hora do almoço, em outras há uma reclamação dos profissionais da educação de que ela não é de boa qualidade. O sindicado já fez uma movimentação de denúncia ao Ministério Público, bem como para a administração municipal. A informação que chegou até nós, é que foi um problema de logística, mas para quem está vendo uma criança chorar de fome, isso não interessa. É obrigação nossa garantir o desenvolvimento mínimo das crianças, com alimentação”, criticou.
Para o Sinsep, a empresa vencedora do contrato não tem condições de fornecer o serviço para a administração municipal. Em algumas escolas, segundo a entidade, professores e funcionários se mobilizaram para comprar pão com mortadela aos alunos.
Prefeitura
Diante das denúncias, a Banda B procurou a Prefeitura de São José dos Pinhais, que informou que a contratação da nova empresa se fez necessária tendo em vista que os contratos das antigas empresas foram encerrados e não eram passíveis de nenhuma espécie de renovação ou prorrogação.
Confira na íntegra:
A nova empresa foi contratada após ter apresentado a menor proposta para o fornecimento, assim como todos os atestados de capacidade técnica exigidos legalmente.
Foi detectado, desde a manhã desta sexta-feira, um atraso na distribuição das merendas escolares. Imediatamente, a administração municipal passou a acompanhar todos os procedimentos, inclusive na sede da empresa, a fim de auxiliar na regularização do fornecimento.
Asseguramos à comunidade escolar que medidas imediatas foram adotadas e as devidas notificações estão sendo realizadas. A gestão municipal lamenta o ocorrido e reforça que está comprometida a garantir a regularidade no fornecimento das merendas escolares, reiterando o cuidado com a qualidade do serviço prestado aos estudantes.
A reportagem também procurou a Objetiva Serviços Terceirizados, que não se manifestou até o momento.
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