Marcos Antonio Ramon é acusado de assassinar a vítima a mando do ex-marido dela, Wagner Oganauskas
No segundo dia do julgamento da morte de Ana Campestrini na Vara do Tribunal do Júri de Curitiba, no Ahu, o réu Marcos Antonio Ramon, acusado pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) de ser o autor dos disparos que tiraram a vida da vítima, confessou o crime. Desde o fato, em 22 de junho de 2022, ele optou em permanecer em silêncio.

Foto: Reprodução/Tribunal do Júri/Youtube.
O outro réu, ex-marido de Ana Paula, Wagner Oganaukas, foi ouvido na madrugada de quinta-feira.
Marcos surpreendeu aos presentes, logo no início do depoimento, ao isentar a culpa do ex-marido da vítima, apontado como mandante da ação, em troca de R$ 38 mil, conforme denúncia do MPPR.
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Paraná (MPPR), os denunciados Wagner e Marcos cometeram o homicídio contra Ana Paula por razões da condição do sexo feminino, no âmbito da violência doméstica e familiar. Além disso, o MPPR cita a lesbofobia como motivo para o crime, já que o ex-marido de Ana não aceitava o novo relacionamento mantido pela vítima com uma mulher.
“Fui eu que matei ela, mas não da forma que está sendo colocado aí”,
disse o réu ao juiz. Ambos trabalhavam juntos no Clube Morgenau, Wagner como presidente e Marcos como diretor.
Segundo o réu, os dados apresentados na denúncia do MPPR são falsos. Marcos disse que precisava de uma forma de conseguir dinheiro, por conta da dependência química em cocaína e compromissos com o pagamento da pensão alimentícia da filha, de 8 anos.
“Fazia trabalho como representante comercial do clube e também como diretor. O dinheiro que estava recebendo era pouco. Tava morando de favor na casa da minha prima. Tinha a pressão da minha ex-esposa em relação à pensão da minha filha e precisava de dinheiro para a droga. Achei que uma forma de conseguir dinheiro seria afastando o Wagner da função de presidente. Eu era o segundo dentro do clube, era diretor administrativo. Depois passei a ser diretor administrativo financeiro. A minha projeção para presidente seria muito fácil tirando o Wagner do caminho”, justificou Marcos.
O ex-diretor do clube alegou que tentou se aproximar de Wagner como amigo e profissionalmente, mas não teria conseguido.
“Ele não dava espaço para isso. Aí pensei que uma forma de tirar o Wagner do caminho seria o que ele poderia ter de podre. Tentei buscar de todas as formas, não consegui achar nada e vi que ele tinha uma briga com a ex-esposa dele e, logicamente, ele ia ser o culpado e condenado. Foi aí que articulei para matar a Ana Paula.”
Assista a um dos trechos com a declaração de Marcos Ramon:
O réu Marcos Ramon é formado em administrador de empresas, divorciado e tem uma filha de 8 anos. Ele já foi condenado por duas vezes, por tráfico de drogas (2010) e ameaça na Vara de Violência Doméstica (2018), e cumpriu as penas. Uma outra ação penal, por furto, prescreveu e ele não foi condenado.
Assim como Wagner, Marcos está preso preventivamente no Complexo Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
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