Ministro recém-nomeado por Lula terá de explicar, dentre outras coisas, os descontos não autorizados por aposentados e pensionistas do INSS

Wolney Queiroz, que nem bem ocupou o gabinete no Ministério da Previdência, foi convidado para dar explicações à Comissão de Fiscalização e Controle do Senado Federal sobre o escândalo da fraude do INSS descoberto pela Polícia Federal e a Controladoria Geral da União na operação “Sem Desconto”, que revelou um esquema que pode ter desviado até R$ 6,3 bilhões de aposentadorias e pensões entre 2019 e 2024.
O convite partiu do senador do Paraná Sergio Moro (União Brasil) para o recém-nomeado ministro explique os descontos não autorizados por aposentados e pensionistas do INSS. O convite foi aprovado por votação simbólica na comissão do Senado. O ministro Wolney Queiroz deverá comparecer na quinta-feira da semana que vem, às 9h.
Um dos questionamentos de Moro ao ministro deve ser as atitudes que serão tomadas a partir de agora para tentar estancar os prejuízos e corrigir as falhas no sistema de controle.
O escândalo sem precedente na história da previdência brasileira já fez suas primeiras vítimas. Apesar de, até agora, não ter sido citado na investigação da PF, o ministro Carlos Lupi decidiu entregar o cargo. Dias depois, o PDT, legenda presidida por Lupi, anunciou que deixaria a já minguada base governista do presidente Lula — embora os três senadores pedetistas tenham sinalizado que permanecerão votando com o governo.
Apesar da bancada do PDT na Câmara contar com apenas 17 deputados federais, o desembarque dos pedetistas tem um simbolismo: historicamente aliado do PT, a esquerda começa a ruir internamente, o que é péssimo para os planos de reeleição de Lula em 26. E ainda pode representar um ressurgimento de um velho conhecido nas eleições gerais do ano que vem: Ciro Gomes. O “sempre presidenciável” do PDT não poupou críticas ao presidente Lula após a saída de Lupi do Ministério da Previdência.
A crise entre PDT e governo escalou. Quem esperava uma saída pontual de Lupi, com o PDT mandando na pasta deu com os burros n’água. Nesta quarta-feira (7), Marcelo Panella, que ocupava a chefia de gabinete de Lupi e é tesoureiro nacional do PDT, foi demitido.
BP
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