MP pode ter o mesmo entendimento do legislativo ou enxergar provas que os vereadores não viram e entrar com alguma medida judicial

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Curitiba arquivou o processo que apurava um suposto caso de nepotismo envolvendo o vereador Éder Borges (PL). Numa estranha coincidência, dois parlamentares do colegiado não participaram da votação. Com o quórum incompleto, o resultado foi apertado: 4 a 3 pelo arquivamento.
A notícia do arquivamento no legislativo municipal é boa do ponto de vista político, mas ainda há preocupações. Isso porque, o Ministério Público do Paraná segue investigando o caso, que foi denunciado numa reportagem do The Intercept Brasil, sugerindo que ele mantém um relacionamento afetivo com Andreia Gois Maciel, que é a mãe de Victoria Maciel de Almeida, atual chefe de gabinete de Éder Borges.
O vereador do PL nega os fatos e comemorou o resultado no Conselho de Ética e Decoro da Câmara de Curitiba. “A justiça foi feita. Eram provas inexistentes, com argumentos muito frágeis, inspirados em fofocas. [Foi] armação, mesmo, da esquerda. Foi um [resultado] previsível, dentro da legalidade e da verdade”, afirmou Éder Borges.
Rafaela Lupion (PSD), Toninho da Farmácia (PSD), Guilherme Kilter (Novo) e Bruno Secco (PMB) se manifestaram pelo arquivamento da representação contra Éder Borges, argumentando que não havia documentos para embasar a denúncia. Já Laís Leão (PDT), Angelo Vanhoni (PT), que substituiu Giorgia Prates (PT), autora da representação, e Lórens Nogueira (PP) opinaram pela admissibilidade, apontando que a Corregedoria havia recomendado o aprofundamento da investigação.
O vereador Hernani (Republicanos) informou que não poderia comparecer à reunião do Conselho, e seu suplente, Jasson Goulart (Republicanos), estava em viagem. O vereador Olimpio Araujo Junior estava escalado para substituir Éder Borges na reunião, mas declinou do posto, no início da sessão, sem que houvesse a nomeação de um substituto a tempo da votação.
No julgamento político do Conselho de Ética da Câmara, o processo contra o vereador do PL foi arquivado. Aguardemos a manifestação do Ministério Público do Paraná que pode ter o mesmo entendimento do legislativo ou enxergar provas que os vereadores não viram e apresentar algum tipo de medida judicial contra Éder Borges.
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