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Sem detalhar números, governo anuncia redução de 9% no uso de placas reservadas

 Mas 9% de quantas? De 10, 100, 1000 placas? Levantamento não traz números absolutos e a dúvida permanece: quantas placas reservadas estavam e estão em uso?

O “pente-fino” feito pelo Governo do Estado sobre os veículos que fazem uso de placas reservadas foi concluído pela Casa Militar. Nesta quarta-feira (19), o Palácio Iguaçu afirmou que houve uma redução de 9% no uso.

Mas 9% de quantas? De 10 placas? 100? 1.000? O levantamento nao traz os números absolutos e a dúvida permanece: quantas placas reservadas estavam e estão em uso? Quais autoridades utilizam e por qual razão?

O próprio governo cita no “pente-fino” que elas são destinadas a serviço reservado de caráter policial ou ainda para a proteção de agentes públicos sob ameaça real. Mas a realidade era ou ainda é outra.

Na prática, muitos secretários de Estado e até alguns servidores de segundo escalão faziam uso do benefício. Alguns andavam até com giroflex pelas estradas que cortam o Estado e o país. O caso das “placas secretas” em veículos oficiais foi mostrado numa reportagem da RPC TV e, a partir disso, anunciado o levantamento através da Casa Militar.

Agora o governo informa que “para aumentar o controle”, a Casa Militar oficiou todos os poderes e órgãos federais para que o pedido das tais placas seja centralizado. Justamente para não virar um “oba-oba”.

Além disso, informa o Iguaçu, a Casa Militar “fará uma revisão periódica e permanente nas placas reservadas a cada 180 dias”.

Mesmo sem informar a quantidade, o “pente-fino” concluiu que cerca de 81% das placas em uso atualmente são ligadas a forças federais e 11% a órgãos estaduais — como Ministério Público, Gaeco, Tribunal de Contas, Tribunal Regional Eleitoral e Tribunal de Justiça, dentre outros. As demais são utilizadas pela própria Casa Militar e o Poder Executivo sob orientação do sistema de inteligência.

Novamente, os porcentuais dizem pouco. Ou quase nada.

Na Assembleia legislativa, 14 deputados faziam uso — segundo dados do Gabinete Militar. Os nomes dos parlamentares também nunca foram divulgados assim como os motivos do requerimento. Todas foram canceladas depois que o caso veio à tona.

É completamente compreensível que os chefes dos três poderes façam uso de placas reservadas — pela natureza dos cargos que ocupam. Há casos de promotores e juízes que atuam diretamente em ações, por exemplo, contra o crime organizado e, por questão de segurança, tais autoridades fazem jus.

Para a atividade policial, de investigação, o benefício é mais do que necessário. Mas, ao que parece, as placas reservadas estavam sendo usadas sem um controle rigoroso. Talvez isso explique as porcentagens divulgadas no “pente-fino”.



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