Ad Code

 


Mudanças no Detran causam mal-estar entre União Brasil e Palácio

 Diretores recém-nomeados indicados pela legenda foram surpreendidos com o Diário Oficial estampando as exonerações

Recentes mudanças nas diretorias do Detran do Paraná escancaram o mal-estar na relação entre o União Brasil e o Palácio Iguaçu — com potencial para fragilizar o acordo político firmado durante a última reforma do secretariado de Ratinho Junior.

Diretores recém-nomeados indicados pela legenda nas diretorias da autarquia foram surpreendidos com o Diário Oficial do Estado estampando as exonerações. Sem “aviso prévio”, a Casa Civil demitiu Otávio Maurílio Alberti Goetten de Oliveira da diretoria de Tecnologia e Informação e Lucas Dorini Sabatto que respondia pela diretoria administrativa. Para seus lugares foram nomeadas pessoas indicadas pelo governo.

O diretor-presidente do Detran é Santin Roveda, que é do União Brasil, mas, de acordo com uma fonte palaciana, ele está com os dois pés fora do partido e já costura a filiação em outra legenda para disputar uma cadeira na Câmara Federal em 2026. Fala-se no Republicanos. Talvez isso explique a facilidade com que os decretos foram assinados e rapidamente publicados.

A insatisfação com a perda do espaço chegou em Brasília. Deputados do partido cobraram do presidente estadual do União Brasil, Felipe Francischini, uma solução sobre o acordo com o governo e cogitam levar o caso a Antonio Rueda — mandachuva do partido. “Afinal o acordo está de pé ou não?


Comenta-se que Francischini também foi surpreendido com as exonerações de seus aliados. Uma ruptura com o Iguaçu, por conta dos cargos do Detran, está, por ora, fora de qualquer cogitação. Mas a aresta precisa ser aparada.

Quem observa isso tudo de longe é Ricardo Barros e Sergio Moro. O primeiro vem acompanhando de perto as investidas do governo e aliados para cima dos prefeitos e deputados do Progressistas. O exemplo mais recente é a costura política sendo feita para tirar Pedro Lupion do cercado de Barros.

Já Sergio Moro torce para um desacerto entre Felipe Francischini e o Palácio Iguaçu, uma vez que esta relação, se bem azeitada, pode inviabilizar a candidatura do ex-juiz da Lava Jato ao governo do Paraná no ano que vem. É pública a rusga entre Moro e Francischini na briga pelo comando do UB no Paraná.

Por enquanto, o deputado federal tem tido vantagem sobre o senador — tudo devidamente alinhavado com Rueda. Tanto é, que Moro abriu conversas com outros partidos. A coluna do jornalista Lauro Jardim, do Globo, informa que o senador tem procurado caciques de outras legendas do Centrão e da direita para abrigá-lo na próxima eleição. E que já teria ouvido um “não” de Marcos Pereira — cacique do Republicanos.

Portanto, se a temperatura do União Brasil subir muito e o acordo foi desfeito, Moro pode encontrar o abrigo que busca dentro do próprio ninho. Mas fontes do União Brasil e do Palácio Iguaçu acreditam num entendimento que possa reconstruir o acordo político que terá consequências na eleição de 2026.

Postar um comentário

0 Comentários

Ad Code