Rafael Greca e Alexandre Curi não tiveram os nomes testados pela Quaest e Moro vive litígio dentro do União Brasil que vai impactar na eleição de 26

No único cenário pesquisado para a disputa pelo governo do Estado em 2026, o Instituto Quaest colocou Guto Silva como o candidato do PSD, partido do governador Ratinho Junior, e o resultado chamou a atenção.
O secretário das Cidades de Ratinho apareceu numericamente na última colocação, com 6%, atrás até mesmo do candidato do PT, Ênio Verri — atual diretor-geral da Itaipu Binacional. Num estado “majoritariamente” inclinado à direita, os dados provocam reações.
O “copo meio cheio” para Guto e o jornalista Hudson José, que já cuida da pré-campanha do palaciano, é o empate técnico não só com o petista (7%), mas também com Paulo Martins, do Novo, que chegou a 8% na sondagem eleitoral. Ou seja, Guto pode estar em último ou na segunda posição.
Com uma margem de erro prevista de 3% para mais ou para menos, Paulo Martins, Verri e Guto estariam tecnicamente empatados — todos eles bastante distante do senador Sergio Moro que lidera com folga: 38%.
No Palácio Iguaçu, o sentimento é de calma, apesar dos dados trazidos pela pesquisa. O sentimento é que o paranaense ainda não está conectado com o processo eleitoral e que tudo mudará quando Ratinho Junior, dono de uma aprovação, segundo a mesma Quaest, de 84% da gestão, entrar em campo. Mesmo tendo de se desdobrar entre o “quintal” e o plano nacional no ano que vem.
Preterido, Greca fala em “sandice” de Ratinho
Rafael Greca (PSD), que já tinha ficado de fora do Paraná Pesquisa, de Murilo Hidalgo, se viu preterido novamente. Na semana passada, numa entrevista numa rádio de Cascavel do grupo Massa, o ex-prefeito de Curitiba abriu o verbo e disse que seria uma “sandice” se o governador Ratinho não o escolhesse como sucessor. E explicou, dizendo ser o candidato do PSD com melhor desempenho nas pesquisas.
Alexandre Curi, presidente da Assembleia Legislativa, não teve o nome testado pela Quaest e segue aguardando uma decisão do líder do grupo político. Requião Filho, do PDT também não apareceu.
Aliás, comenta-se nos bastidores, que após um recente encontro na chácara em Jandaia do Sul, Ratinho, juntamente com outros dois secretários de sua plena confiança, teria sinalizado que vai de Guto Silva. Mas caso o “sucessor” não decole, haveria espaço para mudança.
Paulo Martins e Ênio Verri não tem hoje do que reclamar, apesar de performar com apenas um dígito.
Moro e o litígio no UB
Sergio Moro, por sua vez, que teria todos os motivos para soltar fogos de artifício hoje com mais uma pesquisa que lhe dá a liderança, está mais preocupado em manter a candidatura de pé para 26. Em uma nova tentativa de julgar o pedido de intervenção no diretório do União do Brasil, a falta de quórum adiou novamente a decisão sobre o comando da legenda.
Antônio Rueda, o mandachuva da recém-oficializada União Progressista, está num dilema diante da disputa entre Moro e o atual mandatário no Paraná, o deputado federal Felipe Francischini.
De um lado, Rueda tem o senador liderando com folga a disputa pelo governo do Paraná, do outro, Felipe Francischini com o apoio dos correligionários — muitos deles, inclusive, ameaçam deixar o partido se a direção nacional der sinal verde pela intervenção. Coro que é repetido, nos bastidores, pelos Progressistas que não topam Moro. Querem se alinhar com o candidato indicado por Ratinho.
De novidade mesmo dentro do União Brasil, apenas a mudança na relatoria do pedido feito por Moro para intervir no Paraná: sai Davi Alcolumbre, aliado e defensor de Moro, e entra o senador Efraim Filho.
Observadores do litígio
Quem observa de dentro, mas de longe, é Ricardo Barros que aguarda um desfecho no UB para começar a fazer o que mais gosta e sabe: articulação política. Se Francischini permanecer no comando, é uma chance do líder do PP no Paraná buscar uma reaproximação com o Palácio Iguaçu.
Mas se Moro assumir a presidência, Barros teria dois caminhos: se abraçar à candidatura do senador, hoje impalatável pelo governo, ou deixar o ex-juiz da Lava Jato “correr sozinho”.
Mais de longe ainda, observa Ratinho Junior. O governador sabe que se Sergio Moro assumir o UB no estado, a disputa pelo Iguaçu ficará mais aguerrida, mais cara e disputada. Com a manutenção de Francischini, o jogo fica mais fácil com uma composição do PSD com o partido de Rueda.
Mas se Francischini se cansar deste imbróglio interno e aceitar o convite para se filiar e comandar outra legenda no Paraná? Motivos ele tem. O acordo firmado com o Iguaçu não esta sendo cumprido e o Detran hoje é uma pasta “estranha” ao União Brasil. Tem mais cara de PSD do que União, principalmente após exonerações indigestas e as convenientes nomeações de pessoas próximas à Casa Civil.
Num novo partido, Francischini teria oportunidade de se sentar à mesa para negociar com duas candidaturas: a de Moro e do candidato do Palácio.
A menos de um ano das convenções partidárias, quando serão de fato definidos os postulantes ao Iguaçu, o Centro Cívico aguarda as movimentações políticas que podem mexer com o tabuleiro eleitoral do Paraná.
Metodologia
O levantamento foi contratado pela Genial Investimentos e feito entre os dias 13 e 17 de agosto. Foram ouvidos 1.104 eleitores do Paraná com 16 anos ou mais em 52 cidades, e a margem de erro é de 3% para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.
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