Ratinho quer adiar a decisão para evitar racha no grupo, mas muitos acham que ele tem demorado muito para abrir o jogo político

Quem conhece bem Ratinho Junior sabe que ele não é daqueles de tomar decisões em rompantes. Ao longo das duas gestões como governador foi sempre assim. Até para exonerar, ou “cair para cima” depois de alguma escorregada, eram dias pensando e pensando.
Ele costuma ouvir os conselheiros políticos mais próximos, outros mais distantes, para só depois bater o martelo.
E na questão da sucessão ao Palácio Iguaçu a situação não é diferente. Como a maior expressão política do Estado, Ratinho Junior esta montando o tabuleiro eleitoral de 2026. É ele quem mexe as peças.
Mas dentro do próprio time, muitos acham que o governador tem demorado demasiadamente para abrir o jogo político. Numa entrevista ao jornalista Valdomiro Cantini, no programa “Microfone Aberto” na rádio Massa, o deputado Luiz Cláudio Romanelli, que é líder do PSD na Assembleia Legislativa, verbalizou o que muitos dentro do Iguaçu pensam.
“Na minha avaliação, (Ratinho) já deveria ter decidido (o sucessor)”. Romanelli acredita que o PSD não pode esperar muito tempo para anunciar o candidato, embora o governo se apoie muito nos 80% de popularidade — catapultada com a possibilidade, cada vez mais palpável, de Ratinho não se aventurar no plano nacional.
Esse “risco” parece não ser medido pelo núcleo duro de Ratinho. E a estratégia deve ser revelada mesmo só em 2026. O governador tem a preocupação de dividir agora o grupo político e isso, de certa forma, respingar na gestão.
Este racha, no entanto, existe, não é novo, e os grupos antagônicos são bem conhecidos. A aparência de boa relação é só nas redes sociais, apesar dos sorrisos amarelos nos registros fotográficos. Mas até aqui, é bem verdade, Ratinho conseguiu manter o grupo unido, apesar de algumas caneladas — que estão cada vez mais expostas.
E esta indisposição pode vir à tona com força quando a decisão for tomada pelo governador. Com um PSD inchado, Ratinho terá de fazer escolhas — sabendo das consequências. Com quatro vagas, duas ao Senado, governador e vice, Ratinho sabe que haverá fissura dentro do grupo.
Na cabeça da chapa, a dúvida é entre Guto Silva e Alexandre Curi. Esta é o “dilema de Sofia” de Ratinho Junior. Um será o candidato ao governo e o outro ao Senado. E com o arrefecimento do ânimo de disputar o Palácio do Planalto e o isolamento político de Jair Bolsonaro, o próprio governador pode concorrer à Câmara Alta — chutando para o alto o acordo feito com o Capitão que a chapa ao Senado em 26 teria um do PSD e outro do PL, neste caso Filipe Barros.
Rafael Greca é tido como o vice ideal — independentemente do escolhido para disputar o governo. O ex-prefeito, cada vez mais presente, coleciona aparições tanto com Guto quanto com Curi. E ainda há momentos em que bate o pé se colocando como candidato ao Iguaçu.
Ratinho já tem em mente todo o cenário, mas teme as consequências de suas decisões. Praticamente toda a semana, emissários saem do Palácio Iguaçu com a função de sondar os pré-candidatos. Até agora ninguém recuou. E o governador apaga incêndios mantendo o mantra para que todos trabalhem para viabilizar a candidatura.
Partidos aliados satélites têm fortalecido o assédio, deixando as portas abertas aos pré-candidatos, caso resolvam enfrentar nas urnas o escolhido por Ratinho Junior. E é justamente isso que o governador não quer. Por isso, adia a decisão para 26. Até para dificultar futuras costuras políticas que ameace toda a estratégia desenhada no 3º andar do Iguaçu.
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